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PF adia depoimento de Torres sobre atuação da PRF nas eleições

Advogados de Torres afirmam que ele passou por avaliação médica psiquiátrica que constatou “piora significativa” no quadro depressivo

PF adia depoimento de Torres sobre atuação da PRF nas eleições

Foto: Reprodução / YouTube / Band Jornalismo

Brasília – O depoimento que Anderson Torres daria à Polícia Federal nesta segunda-feira (24) foi adiado, de acordo com a defesa do ex-ministro da Justiça.

A decisão pelo adiamento foi tomada pelo delegado responsável pelo caso, após pedido dos advogados de Torres. A solicitação levou em conta o estado de saúde do ex-ministro, que passou por uma avaliação médica psiquiátrica que constatou “piora significativa” em crises de ansiedade e quadros depressivos.

Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal durante os atos golpistas de 8 de janeiro, ele foi detido por apurações sobre os atos antidemocráticos e cumpre a prisão no 4º Batalhão da Polícia Militar, no Guará, desde que voltou ao Brasil.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes pediu novo depoimento para aprofundar o inquérito em andamento na Corte.

Torres viajou aos Estados Unidos antes dos atentados contra o resultado das urnas, o que levantou suspeitas de conivência ou omissão. Ele também é investigado por ações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que teriam prejudicado eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições de 2022.

Na convocação para o novo depoimento na PF, Moraes assegura “o direito ao silêncio e a garantia de não autoincriminação, se instado a responder a perguntas cujas respostas possam resultar em seu prejuízo”. Mas, para a defesa do ex-secretário, não havia condições de comparecer à oitiva no atual estado de saúde mental de Torres.

“Ocorre que, após ter ciência do indeferimento do pedido de revogação de sua prisão preventiva, o estado emocional e cognitivo do requerente, que já era periclitante, sofreu uma drástica piora. Nesse cenário, a psiquiatra da Secretaria de Saúde do DF que o atende atestou, em 22/04/2023, a impossibilidade de Anderson Torres ‘comparecer a qualquer audiência no momento por questões médicas (ajuste medicamentoso), durante 1 semana’”, afirmam os advogados no pedido de adiamento.

O ex-ministro passou a ter acompanhamento médico em 17 de janeiro, três dias após sua prisão. Desde então, segundo a defesa dele, piorou, apresentando sensação de angústia, nervosismo, insegurança e pensamentos ruins.

Prisão

Ao decretar a prisão preventiva de Anderson Torres, em janeiro, Moraes declarou que “absolutamente todos serão responsabilizados civil, política e criminalmente pelos atos atentatórios à democracia, ao Estado de Direito e às instituições, inclusive pela dolosa conivência — por ação ou omissão — motivada por ideologia, dinheiro, fraqueza, covardia, ignorância, má-fé ou mau-caratismo”.

Recentemente, o Ministério Público Federal (MPF) manifestou-se favorável à revogação da prisão do ex-secretário. Porém, o ministro do STF negou a liberação. Alexandre de Moraes escreveu, na decisão, que o detido “suprimiu das investigações a possibilidade de acesso ao seu telefone celular, consequentemente, das trocas de mensagens realizadas no dia dos atos golpistas e nos períodos anterior e posterior; e às suas mensagens eletrônicas”.

“Somente – mais de 100 dias após a ocorrência dos atos golpistas e com total possibilidade de supressão das informações ali existentes – autorizou acesso às suas senhas pessoais de acesso à nuvem de seu e-mail pessoal”, ressaltou o ministro.

(*) Com informações do Portal Metrópoles 

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