Manicoré, AM – O período de vazante no Sul do Amazonas já começa a impactar a rotina de quem depende da navegação fluvial para trabalhar e se locomover. O Rio Madeira, um dos principais corredores de transporte de cargas e passageiros da região Norte, volta a sofrer com os efeitos da estiagem, obrigando práticos e comandantes a redobrarem a atenção para evitar acidentes.
Mesmo com chuvas isoladas, a baixa no nível da água dificulta o tráfego de embarcações. “Tem que redobrar a atenção, ir bem devagarzinho pra não topar em alguma coisa”, alerta Matias Lima, prático e comandante de embarcação que atua na região.
De acordo com a Marinha do Brasil, o nível atual do Rio Madeira em Manicoré é de 2,16 metros. A marca está bem acima da registrada no mesmo período de 2023, quando o rio chegou a apenas 36 centímetros, levando à interrupção da navegação. No entanto, as autoridades reforçam que o risco continua alto.

Marinha emite portaria de segurança
Diante do cenário de alerta, a Marinha emitiu uma portaria com uma série de orientações para garantir a segurança. “A portaria estabelece uma série de recomendações técnicas com o objetivo de preservar a segurança da navegação, prevenir acidentes e preservar o meio ambiente”, explica o capitão Alessandro Freitas dos Santos.
Para quem trabalha no transporte fluvial, a seca representa um desafio logístico e financeiro. O gerente de embarcação Cleiton Nascimento relembra os prejuízos do ano anterior. “Ano passado tivemos que parar. A seca foi muito forte, e caiu bastante o número de fretes. A produção era pouca, mas mesmo assim, a gente segurou: não aumentou nem passagem e nem frete”, relata.
A navegação no Rio Madeira é vital para o escoamento da produção agropecuária e o transporte de milhares de ribeirinhos na Amazônia. Com a estiagem se tornando um evento cada vez mais crítico, o cuidado com a segurança precisa ser constante para evitar acidentes e garantir que o rio continue sendo uma via de vida para a região.
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