Brasília, DF – Uma investigação conduzida pela Polícia Federal, denominada “Operação Benesse”, revelou um possível envolvimento do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, e de sua família em um esquema de desvio de recursos públicos. A operação, que foi deflagrada nesta sexta-feira (1º), trouxe à tona uma trama que envolve emendas parlamentares e a destinação de verbas para a cidade de Vitorino Freire, no Maranhão, onde a irmã do ministro, Luanna Rezende, ocupa o cargo de prefeita.
O percurso dos recursos públicos em investigação é intrigante:
- Juscelino Filho alocou dinheiro proveniente de emendas parlamentares durante seu mandato como deputado federal para a cidade de Vitorino Freire.
- A prefeita da cidade é justamente sua irmã, Luanna Rezende.
- Uma parcela significativa dos recursos foi direcionada para o asfaltamento de uma rodovia que leva diretamente à fazenda da família. Esses contratos foram firmados entre os anos de 2019 e 2021.
O escopo desse esquema abrange verbas da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), e a operação “Benesse” é um desdobramento de investigações que tiveram início em 2021 e foram posteriormente ampliadas, alcançando a trilha do dinheiro que teria sido utilizado na construção da rodovia que acessa a fazenda da família. O nome da operação, “Benesse,” faz referência a esse suposto favorecimento.
A Polícia Federal está cumprindo 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nas cidades de São Luís (MA), Vitorino Freire (MA) e Bacabal (MA). Como parte das medidas adotadas, Luanna Rezende foi afastada de suas funções como prefeita de Vitorino Freire.
É importante destacar que o ministro Juscelino Filho está sob investigação no contexto desse caso, embora não tenha sido alvo dos mandados executados nesta sexta-feira. A defesa do ministro emitiu uma nota declarando que “toda atuação de Juscelino Filho, como parlamentar e ministro, tem sido pautada pelo interesse público e atendimento da população”.
A nota prossegue enfatizando que “É importante ressaltar que Juscelino Filho não foi alvo de buscas e que o inquérito servirá justamente para esclarecer os fatos e demonstrar que não houve qualquer irregularidade. Emendas parlamentares, vale dizer, são instrumentos legítimos e democráticos do Congresso Nacional e Juscelino Filho segue à disposição, como sempre esteve, para prestar esclarecimentos às autoridades”. A nota foi assinada pelos advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso.
Caso as suspeitas sejam confirmadas, os indivíduos sob investigação poderão enfrentar acusações que incluem fraude em licitações, lavagem de dinheiro, participação em organização criminosa, peculato, corrupção ativa e corrupção passiva.
(*) Com informações do g1
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