Manaus, AM – Uma determinação recente da Marinha, através da Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental, impondo restrições à navegação noturna em rios da região, está gerando preocupações sobre os impactos econômicos e logísticos no estado do Amazonas e entre os produtores de soja do Centro-Oeste do Brasil.
A Portaria número 158/CFAOC, assinada pelo Capitão-de-Mar-e-Guerra Jorge de Oliveira Antunes Júnior, líder da Capitania Fluvial sediada em Manaus, tem como base a seca que afeta os rios da região.
Essa medida impõe restrições à navegação de embarcações de grande porte nos rios que compõem o sistema fluvial responsável por abastecer a capital e viabilizar o escoamento das mercadorias produzidas no Polo Industrial da Zona Franca. Dentre as medidas, destaca-se a proibição da navegação noturna para navios.
Os três principais rios do Amazonas – Amazonas, Solimões e Purus –, além do rio Madeira, crucial para o transporte de soja do Centro-Oeste, serão afetados por essas restrições. Por exemplo, sob essa nova regulamentação, a navegação noturna fica vedada nas proximidades de Itacoatiara (AM) e Codajás.
A situação é complexa devido à importância dos rios Amazonas, Solimões e Madeira para a logística fluvial que atende Manaus. Esses rios são responsáveis por viabilizar o transporte de petróleo importado destinado ao processo de refino de combustíveis na Refinaria da Amazônia (Ream). Até mesmo os navios que transportam petróleo de Coari poderão ser impactados.
Uma questão relevante é que a área restrita do rio Solimões mencionada na portaria está localizada na enseada do Madeira, próxima a Codajás, por onde passam os navios petroleiros de Coari.
No tocante ao rio Amazonas, a nova medida pode prejudicar o escoamento eficiente da produção originada no Polo Industrial de Manaus. Com a ausência da BR-319, os navios são a principal alternativa para as empresas da Zona Franca transportarem seus produtos para outras regiões.
Especialistas alertam para possíveis efeitos imediatos da portaria, incluindo o aumento dos custos logísticos e uma maior relevância da figura dos práticos nessa área específica da Amazônia.
(*) Com Informações do BNC
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