
Câmara Municipal de Manaus - Foto: Mauro Pereira – Dicom
Manaus – AM – A prisão do vereador Rosinaldo Bual (Agir) na última sexta-feira (3), durante a Operação Face Oculta do Gaeco/MPAM, gerou forte repercussão e uma cobrança por respostas dentro da Câmara Municipal de Manaus (CMM). Nesta segunda-feira (6), parlamentares de diferentes partidos se manifestaram na tribuna para exigir um posicionamento oficial da Mesa Diretora sobre o caso, que investiga um suposto esquema de “rachadinha” no gabinete do vereador.
Os vereadores Zé Ricardo (PT), Rodrigo Guedes (Progressistas) e Coronel Roses (PL) foram alguns dos que defenderam que a Casa não pode se manter em silêncio diante de acusações tão graves, que envolvem o desvio de recursos públicos.
Cobrança por transparência e resposta institucional
O vereador Zé Ricardo foi um dos primeiros a se pronunciar, destacando a necessidade de uma resposta institucional clara. “Tem que haver todas as apurações e, ao mesmo tempo, esta Casa se pronunciar. Muita gente pergunta qual o posicionamento da Câmara Municipal em relação à prisão de um vereador acusado de crimes. Que a Mesa Diretora se posicione e diga como funciona o regimento. Eu acho que essa Casa não pode ficar em silêncio — é uma acusação gravíssima”, afirmou.
A preocupação com a imagem do Legislativo municipal foi um ponto unânime. Rodrigo Guedes classificou o episódio como algo que “macula a credibilidade da instituição”. “Não tenho nada contra nem a favor ao vereador que foi preso, mas tenho certeza que isso mancha a imagem de toda a Câmara Municipal de Manaus. É um assunto espinhoso, mas não deve haver pacto de silêncio na CMM. Não podemos simplesmente fingir que não está acontecendo nada”, declarou.
Zé Ricardo ecoou entre os colegas, que também demonstraram preocupação com os danos à imagem do Legislativo municipal pic.twitter.com/xn8ButdSLn
— Norte Em Foco (@norteemfoco) October 6, 2025
Pressão por cassação do mandato
Guedes também defendeu uma atuação rápida da Comissão de Ética da Casa, presidida pelo vereador Joelson Silva, para avaliar medidas disciplinares, incluindo a cassação do mandato de Bual. “Tenho a informação pela imprensa de que haverá uma representação hoje na CMM em relação a esse vereador, que é um pedido de cassação, na verdade. E a gente precisa julgar. O julgamento aqui da CMM não depende da Justiça, é um julgamento político”, completou.
Em contato com a imprensa, Joelson Silva afirmou que o colegiado ainda não foi acionado oficialmente para tratar de uma possível cassação, mas que a Mesa Diretora deve se pronunciar sobre o caso.
Guedes também defendeu uma atuação rápida da Comissão de Ética da Casa, presidida pelo vereador Joelson Silva, no sentido de avaliar possíveis medidas disciplinares pic.twitter.com/S8kykzfm6E
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O Coronel Roses (PL) também endossou a necessidade de uma postura firme. “Nós precisamos ter um posicionamento sobre a prisão do vereador Bual. Eu fui interpelado pela imprensa sobre isso e achei que o afastamento dele foi a decisão mais comedida. Mas precisamos de uma resposta à altura, porque esta Casa está sendo maculada”, afirmou.
Como funcionava o esquema de “rachadinha”
De acordo com o coordenador do Gaeco, promotor Leonardo Tupinambá, o esquema envolvia a contratação de servidores comissionados para o gabinete do vereador com a obrigação de devolver até metade de seus salários.
“Ele (Bual) tinha uma alta rotatividade entre os funcionários que eram contratados pelo gabinete. Nos nossos documentos identificamos 50 funcionários que até a metade dos salários deveriam ser retornados a ele. O dinheiro ia primeiramente para quatro a cinco pessoas da equipe dele e depois eram revertidos em benefício do parlamentar“, explicou Tupinambá em coletiva de imprensa.
A chefe de gabinete do vereador, Luzia Seixas Barbosa, também foi presa por sua participação direta no esquema. Segundo o MPAM, ela era a responsável por organizar o recolhimento e a distribuição dos valores desviados, atuando como peça-chave para a operação da “rachadinha”.
A prática é considerada crime de peculato (desvio de verba pública) e viola princípios constitucionais da administração pública. O MPAM investiga ainda indícios de que parte do dinheiro desviado era usado em esquemas de agiotagem.
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