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‘Nós não temos que pedir, estamos exigindo’, diz senador Omar Aziz ao ministro Flávio Dino

Palavras duras

‘Nós não temos que pedir, estamos exigindo’, diz senador Omar Aziz ao ministro Flávio Dino

Omar Aziz Foto: Instagram / @omaraziz.senador

Brasília, DF – O senador Omar Aziz (PSD) fez um de seus discursos mais fortes desde que chegou ao Parlamento, onde está no segundo mandato. Ele exigiu, no contexto da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as invasões do dia 8 de janeiro, que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, libere toda a documentação solicitada pelos membros titulares reunidos para apurar os atos criminosos em Brasília.
Mesmo aliado de primeira hora do governo Lula (PT), o ex-governador do Amazonas disse que não liberar acesso amplo e detalhado ao que já foi apurado pelo Governo Federal é atrapalhar a busca pela verdade. “Ora, a nossa casa é invadida, é depredada, e nós não temos o direito de saber quem foi. Que papo é esse?”

Omar citou nominalmente o ministro Flávio Dino, e lembrou da própria atuação na CPI da Saúde, da qual foi presidente, onde os atos do governo Jair Bolsonaro (PL) foram colocados sob os holofotes. “Com todo o respeito que tenho ao ex-governador, senador e colega Flávio Dino, e hoje ministro nessa etapa da vida dele, nós não temos que pedir, nós estamos exigindo as informações. Isso aqui é uma Comissão que investiga, é polícia. Essa Comissão tem de ser respeitada como uma Comissão que está fazendo um inquérito. Todo mundo sabe que eu sou Governo, agora eu tenho de ter coerência na minha vida”.

O discurso do senador foi aplaudido e reverberou nas redes sociais. Desde a instalação da CPMI, governo e oposição travam um duelo à parte pelo comando e pelo discurso que vai predominar durante a elaboração do inquérito.
Omar fez parte da equipe de transição de Segurança Pública de Lula antes da posse, e neste fim de semana estará ombro a ombro com ele em Parintins, na primeira visita oficial do Chefe do Executivo Federal ao Amazonas. “A CPMI não depende da boa vontade de nenhum órgão do governo. Se não, eles estão cerceando a nossa investigação”.

CPMI promete ir ao STF

O presidente da CPMI, deputado federal Arthur Maia (União-BA), prometeu recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) caso o ministro Flávio Dino não libere as imagens internas do Palácio da Justiça no dia 8 de janeiro.
Dino não forneceu as imagens alegando que elas eram objeto de inquérito da Polícia Federal (PF) ainda em sigilo.

“Se eu aceitar passivamente que o ministro pode se negar a dar conhecimento à CPI de um documento que a CPI requereu, obviamente isso prevalecerá para todos e quaisquer outros alvos de requerimentos desta CPMI”, justificou o presidente da CMPI.

A comissão aprovou requerimento para ter acesso às imagens internas do Ministério da Justiça no dia 8 de janeiro. A solicitação atende a um

pedido da oposição, que tenta emplacar a tese de que houve omissão do governo federal no dia da invasão às sedes dos Três Poderes.
A negativa de Dino gerou protestos da oposição. O senador Esperidião Amim (PP-SC) argumentou que a comissão não deve solicitar as imagens à Polícia Federal. “Nós não temos que pedir para a Polícia Federal. O dono do prédio é o Ministério da Justiça, onde ocorreram fatos que até agora não se conhecem. Não tem nada a ver com inquérito”, argumentou o parlamentar.

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