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Colunista

Welton Oda

Plantar, plantar e plantar

O momento é de plantar, plantar e plantar. As árvores e outros vegetais podem retirar grande parte do gás carbônico atmosférico, sequestrando o carbono e incorporando-o

Plantar, plantar e plantar

Foto: Canva IA

Primeiro as algas e, milhões de anos depois, os vegetais lenhosos, ervas, arbustos e árvores, que criaram as condições ideais para essa efervescência de biodiversidade que este planeta azul possui diferentemente de todos os inúmeros outros planetas conhecidos.

Foi, sobretudo, um fenômeno, conhecido como fotossíntese, que permite aos organismos produtores de clorofila e outros pigmentos similares, obterem energia da luz e produzir o oxigênio molecular, o O2, em grande quantidade e que possibilitou que inúmeras outras criaturas vivas, incapazes de realizar fotossíntese, pudessem proliferar.

Apesar disso, uma dessas criaturas, incapazes de se alimentar do solo ou da luz, tem sido o grande vilão dos organismos fotossintetizantes: o Homo sapiens. Ora, ora, vejam só o tamanho da ingratidão! Não fossem as algas, assassinadas às toneladas pela poluição das águas, sobretudo marinhas, não haveria oxigênio para respirarmos. Não fossem vegetais lenhosos mortos em incêndios criminosos, essas ingratas criaturas, autointituladas inteligentes, sequer existiriam.

Por isso, o mundo vem esquentando. Mata-se floresta para dar lugar a pastos, desmata-se para dar lugar a materiais que esquentam e impermeabilizam o solo, como o asfalto e o cimento, troca-se o carbono contido nos vegetais pela fumaça cheia de CO2, um dos principais agentes do aquecimento global. Nossa geração ecocída dizia que mato era sinônimo de atraso. Até hoje é consagrada a expressão “era só mato” para falar de um ambiente atrasado, feio, desagradável. Mas se repararmos direito, atrasado, feio e desagradável é a aridez de muitas cidades brasileiras, sem arborização, sem vida, cidades de concreto.

A Europa tem dado marcha à ré nesse processo que inaugurou. A Alemanha de hoje prima por passarelas verdes, parques arborizados, ruas e calçadas verdes, muros e telhados verdes, assim como a Holanda, a Bélgica, a Espanha e outros países do velho continente. O Japão orna suas águas urbanas com belas carpas coloridas e cisnes, zela por cada cerejeira, pessegueiro, pinheiro, cuida de seus animais e parques, mas também dos mares.

No mundo, muita gente já compreendeu que essa é a única alternativa para evitar uma catástrofe ambiental sem precedentes na história da humanidade, catástrofe essa, aliás, que já começa a mostrar suas garras. Africanos iniciaram o plantio da Grande Muralha Verde, uma iniciativa liderada pela União Africana e que pretende plantar uma linha de árvores de 8.000 quilômetros, impedindo a expansão do Deserto do Saara.

Na Amazônia, a turma do agro, sobretudo no sul do Amazonas, mas, também, no Pará, queima vorazmente a floresta para transformá-la em pasto. Por enquanto, nada, nem ninguém consegue freá-los. Na contramão dos ecocídas do Agro, aqui no bairro do Coroado, zona Leste de Manaus, vizinho a um dos mais lindos fragmentos florestais urbanos do Brasil, temos plantado espécies de árvores, em sua maioria, nativas, nas calçadas, praças e igarapés.

O momento é de plantar, plantar e plantar. As árvores e outros vegetais podem retirar grande parte do gás carbônico atmosférico, sequestrando o carbono e incorporando-o. Se a sua casa ainda é puro cimento, cerâmica, azulejo, tá por fora, manazinha! Cubra muros, telhados e paredes de verde, além, é claro, do quintal.

Não seja démodé! Seja mais um (a) a meter a mão na terra! Vamos esverdear!

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2 Comentários

1 Comentário

  1. Alberto Alfano 05/12/23 - 14:03

    Paabéns pela matéria, e tudo que penso do ser humano a muito tempo.Vamos tomar providências antes que seja tarde demais para salvar o nosso Planeta.

    • Welton Oda 30/04/24 - 05:18

      Oi Alberto. Temos aqui um viveiro de mudas e, junto com o Núcleo PSOL-COROADO temos feito mutirões de arborização do bairro. Sinta-se convidado a estar conosco!

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