Manaus, AM – Na última terça-feira (14), a Justiça do Amazonas concluiu a audiência de instrução do Caso Débora, marcando um passo significativo no desdobramento do caso que chocou a população. Gil Romero Machado Batista, acusado do assassinato de Débora da Silva Alves, grávida de oito meses de seu filho, foi submetido a interrogatório, juntamente com outro acusado. O aguardo agora é pela decisão sobre se ambos serão levados a júri popular.
Segundo informações do tribunal, a defesa de Gil Romero, que havia prometido apresentar uma testemunha, não obteve sucesso nessa empreitada. Esse desdobramento levou ao interrogatório dos acusados, tendo em vista que as testemunhas de acusação já haviam sido ouvidas no primeiro dia de audiência.
O juiz James Oliveira dos Santos conduziu o interrogatório, começando por José Nilson, que optou por permanecer em silêncio. Em seguida, foi a vez de Gil Romero Machado, que escolheu responder exclusivamente às perguntas formuladas pelo advogado de defesa.
Ambos os acusados participaram da audiência por videoconferência a partir do Centro de Detenção Provisória (CDPM 1), onde estão detidos preventivamente. A representação do Ministério Público do Estado do Amazonas esteve a cargo do promotor de justiça Leonardo Tupinambá, com a assistência da advogada Goreth Rubim. Na defesa, o advogado Vilson Benayon representou Gil Romero, enquanto a defensora pública Ellen Cristine Alves de Melo atuou na defesa de José Nilson.
As próximas etapas do processo incluem novas diligências solicitadas pela defesa junto à Polícia Civil do Amazonas. Após a conclusão dessas diligências, o juiz abrirá um prazo para a apresentação de memoriais pela acusação e defesa. Posteriormente, será proferida a decisão sobre a submissão dos acusados a júri popular.
No primeiro dia de audiência, realizado em 7 de novembro, foram ouvidas oito testemunhas indicadas pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM), sendo que três delas foram também arroladas pela defesa dos acusados. Os acusados acompanharam a audiência por videoconferência no Centro de Detenção Provisória (CDPM 1).
O crime que abalou a cidade envolveu a morte brutal de Débora da Silva Alves, grávida de oito meses, cujo corpo foi encontrado em 3 de agosto em uma área de mata no Mauazinho, Zona Leste de Manaus. O caso apresenta contornos de crueldade, com a vítima exibindo sinais de queimação, pés cortados e um pano no pescoço, indicando asfixia, conforme destacado pela polícia.
O desaparecimento de Débora ocorreu em 29 de julho, quando saiu de casa para se encontrar com o suspeito, que alegadamente lhe entregaria dinheiro para comprar um berço para o bebê. José Nilson, colega de trabalho de Gil Romero, foi detido, levando à descoberta do corpo de Débora. Após investigações, Gil Romero, inicialmente considerado foragido, foi preso no Pará, sendo posteriormente transferido para Manaus e interrogado sobre o crime. Nos depoimentos, ele apresentou versões contraditórias sobre o destino do bebê, intensificando a complexidade deste caso que continua a mobilizar a atenção da sociedade.
(*) Com informações do g1
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