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Política

Prefeitura de Manaus contrai empréstimo de R$ 145,8 mi com BNDES, e população fica com a conta por 12 anos

Com valor seria possível construir três hospitais de média complexidade, ao menos 10 creches e dezenas de paradas de ônibus em Manaus

Prefeitura de Manaus contrai empréstimo de R$ 145,8 mi com BNDES, e população fica com a conta por 12 anos

Prefeito de Manaus, David Almeida - Fotos – Canva, Instagram

Manaus, AM – A Prefeitura de Manaus formalizou um novo financiamento de R$ 145,8 milhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), destinado à modernização da administração municipal por meio de tecnologia e sistemas digitais. A operação foi autorizada pela Lei Municipal nº 3.479/2025 e registrada no Diário Oficial. A justificativa oficial é fortalecer a capacidade de gestão urbana e modernizar serviços administrativos.

A Lei Municipal nº 3.479/2025 autoriza que receitas municipais essenciais sejam usadas como garantia, incluindo repasses constitucionais. Ou seja, se houver dificuldades de pagamento, serviços e investimentos podem ser afetados.

O contrato prevê correção pelo IPCA + 7,70% de juros ao ano + spread do BNDES de 1,50%. O prazo total é de 144 meses — 12 anos. Em termos simples: a dívida passará por pelo menos três gestões municipais, deixando o custo para futuros prefeitos e, principalmente, para a população.

Na prática, o empréstimo eleva ainda mais os compromissos financeiros do município — que já destina parte crescente das receitas ao pagamento de dívidas.

Resultados esperados

Serviços mais ágeis: Espera-se que a tecnologia e processos mais eficientes reduzam filas, tempos de espera, burocracia e facilitem acesso a dados e informações públicas.

Gestão mais transparente: Com sistemas informatizados, as contratações, licitações e execução de serviços podem ter maior visibilidade, favorecendo controle social.

Repercussão orçamentária: A vinculação de receitas para pagamento da dívida significa que parte dos recursos municipais estará comprometida com amortização e encargos financeiros — o que exige equilíbrio no orçamento para que serviços essenciais não sejam prejudicados.

Em se tratando de transparência, a gestão municipal não compartilhou dados públicos sobre qual será o cronograma de execução dos investimentos (quais tecnologias, sistemas ou processos serão priorizados), Como será feita a aquisição, implantação e capacitação da equipe municipal para operar os novos sistemas, quais mecanismos concretos de acompanhamento, auditoria e transparência estarão disponíveis para a população acompanhar os avanços, dada a taxa combinada de juros + variação IPCA + spread, qual será o impacto financeiro anual para o município e qual parcela da receita estará comprometida e, em meio a um cenário em que dívidas e operações de crédito municipais têm gerado preocupação em diversos municípios, como será garantida a sustentabilidade da operação.

O que Manaus poderia fazer com R$ 145,8 milhões?

Com o mesmo valor, o município poderia priorizar necessidades urgentes da população:

Enquanto isso, Manaus ainda enfrenta escolas com salas improvisadas, postos de saúde sem estrutura mínima, ruas esburacadas e comunidades sem saneamento básico.

Antes de assumir financiamentos milionários com juros e garantias de receitas públicas, seria razoável perguntar O que faz mais diferença na vida do manauara hoje — softwares ou saneamento? Sistemas digitais ou vagas em creches?

Valores estimados com base em custos médios de obras públicas no Brasil. (Nenhum desses investimentos exige juros ou comprometer receitas futuras.)

Empréstimos da Prefeitura de Manaus

Em julho deste ano, o vereador Zé Ricardo (PT) solicitou esclarecimentos da Prefeitura de Manaus sobre a contratação de um novo empréstimo de R$ 500 milhões junto ao Banco do Brasil. O financiamento deverá ser pago em 120 meses a partir de 2026 e pode alcançar custo total de até R$ 866 milhões com juros e encargos.

O parlamentar cobrou ainda prestação de contas de empréstimos anteriores, lembrando que a Câmara autorizou neste ano a contratação de até R$ 2,5 bilhões em financiamentos. Zé Ricardo defendeu maior transparência sobre o uso dos recursos e os impactos futuros para as finanças municipais, reforçando que atuará na fiscalização da operação.

(*) Com informações do D24am

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