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“A gente sabe o que ele quer. É me alijar da política”, diz Bolsonaro sobre Alexandre de Moraes

Durante discurso em Santos (SP), Bolsonaro disse que o objetivo de Moraes é “alijá-lo da política” e que, no momento, sai vitorioso

“A gente sabe o que ele quer. É me alijar da política”, diz Bolsonaro sobre Alexandre de Moraes

Foto: Reprodução / Redes Sociais

Brasília, DF – Após ser condenado à inelegibilidade pela segunda vez pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez duras críticas ao ministro Alexandre de Moraes. O político proferiu suas declarações na última sexta-feira (3) durante um discurso em Santos (SP), onde participou da entrega de viaturas ao 6º Grupamento de Bombeiros.

Bolsonaro alegou que o objetivo de Moraes é “excluí-lo da política” e destacou que, no momento, ele se considera vitorioso. No entanto, ele expressou que ele e sua equipe jurídica estão avaliando a estratégia para recorrer da segunda condenação, que ocorreu no plenário do Tribunal Eleitoral com um placar de 5 x 2.

Durante o evento, Bolsonaro enfatizou que estão analisando qual será a estratégia apropriada para enfrentar essa nova condenação. Ele acrescentou que, de acordo com sua percepção, a estratégia está sendo determinada por Alexandre de Moraes, sugerindo que o ministro tem a intenção de afastá-lo da vida política.

“A gente está vendo qual é a estratégia nossa, se bem que não tem estratégia. Estratégia é o que o Alexandre de Moraes quer. E a gente sabe o que ele quer. É me alijar da política”

Alexandre de Moraes não é apenas o presidente do TSE, mas também atua como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi sorteado como relator de vários inquéritos que envolvem investigações contra o ex-presidente Bolsonaro, incluindo alegações de sua participação como autor intelectual dos atos de 8 de janeiro que foram considerados golpistas.

Em 31 de outubro, o TSE emitiu uma sentença condenando Jair Bolsonaro e seu vice nas Eleições de 2022, Walter Braga Netto, a oito anos de inelegibilidade devido ao uso eleitoral das comemorações do Bicentenário da Independência, que ocorreram em 7 de setembro do ano anterior, tanto em Brasília quanto no Rio de Janeiro. A condenação ocorreu com um placar de 5 a 2. Os ministros do TSE analisaram duas ações e uma representação especial contra a chapa presidencial e votaram pela procedência das acusações de abuso de poder político, uso indevido dos meios de comunicação e conduta vedada. Além da inelegibilidade, Bolsonaro e Braga Netto foram condenados a pagar multas, que totalizam R$ 640 mil, sendo R$ 425,6 mil para Bolsonaro e R$ 212,8 mil para Braga Netto.

O ministro Alexandre de Moraes enfatizou que houve um “abuso claro” por parte da chapa, citando uma alteração substancial no tradicional desfile do Rio de Janeiro. Ele destacou que o desfile em Copacabana, encerrando com um grande comício no Forte de Copacabana, era mais adequado à campanha de reeleição do candidato. Moraes também mencionou a “instrumentalização das Forças Armadas para promover a candidatura à presidência e vice-presidência da República”, o que ele considerou conduta vedada e abuso do poder político. Ele argumentou que a chapa foi além, convocando eleitores e usando equipamentos agrícolas e outros elementos para apoiar sua campanha. “Só não enxerga quem não quer”, declarou o ministro.

“Colocar o palanque a quase 300 metros do evento oficial seria quase um insulto à inteligência”, observou Moraes. Ele ressaltou que, no momento em que Bolsonaro subiu ao palanque, os aviões da Força Aérea Brasileira ainda estavam se apresentando, o que ele considerou uma demonstração de apoio das Forças Armadas a uma candidatura à sua própria reeleição. O ministro concluiu que não há dúvida quanto à prática de abuso de poder político e conduta vedada por parte dos investigados.

O advogado de defesa de Jair Bolsonaro e Walter Braga Netto, Tarcísio Vieira, adiantou que planeja recorrer da decisão do TSE.

(*) Com informações do Metrópoles

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