Manaus, AM – A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (10) o parecer que recomenda a manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser um dos mandantes da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL). O parecer foi aprovado por 277 votos a 129, com 28 abstenções e 78 ausências.
O deputado Capitão Alberto Neto (PL), que é pré-candidato à prefeitura de Manaus, foi um dos membros da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Câmara dos Deputados a votar contra a manutenção da prisão de Chiquinho Brazão, o que contradiz sua declaração anterior de apoio à prisão preventiva do deputado. Em um vídeo publicado nas redes sociais quando a Polícia Federal prendeu Chiquinho, Alberto Neto afirmou: “A Polícia Federal prendeu um deputado federal. Acho muito importante a Polícia Federal e o Ministério Público Federal estarem atentos aos fatos. No caso do deputado Chiquinho Brazão, eu sou a favor da prisão e que a Justiça seja feita.”
A prisão de Chiquinho Brazão foi realizada por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como parte da Operação Murder Inc. Brazão, seu irmão Domingos Brazão e outras figuras estão sob suspeita de envolvimento na morte de Marielle Franco por motivos ligados à grilagem e atuação de milícias no Rio de Janeiro.
A contradição entre o voto de Alberto Neto na Comissão e sua declaração anterior destaca as complexidades e divergências no caso, levantando questionamentos sobre como ele, como pré-candidato à prefeitura de Manaus, abordaria os problemas de segurança pública na cidade, especialmente ao apoiar a soltura de alguém implicado no assassinato de Marielle. Questiona-se quais são as propostas do deputado, já que ele tem sido crítico do governo federal e mencionado o ex-presidente Bolsonaro sem apresentar soluções claras para os desafios enfrentados por Manaus em relação à segurança pública.
Além disso, vale lembrar que, em julho de 2023, o deputado Capitão Alberto Neto foi o único voto do Amazonas contra uma reforma que beneficiaria a Zona Franca de Manaus (ZFM), votando assim contra a cidade à qual ele pretende ser prefeito.
Leia mais:
- A armadilha de se ter um político de estimação
- Por “Liberdade de Expressão”, Alberto Neto esquece queimadas e fumaça no Amazonas e vai aos EUA
- Alberto Neto é multado em R$ 232 mil ao ter contas reprovadas pelo TRE-AM