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Bolsonaro perguntou a hacker da “Vaza Jato” se ele podia invadir urnas eletrônicas

Polícia Federal revela detalhes de encontro entre hacker e ex-presidente Bolsonaro no Palácio da Alvorada durante campanha eleitoral

Bolsonaro perguntou a hacker da “Vaza Jato” se ele podia invadir urnas eletrônicas

Foto: Reprodução / Agência Brasil

Brasília, DF – A Polícia Federal realizou uma operação nesta quarta-feira, revelando informações cruciais sobre um encontro entre o hacker Walter Delgatti Neto e o então presidente Jair Bolsonaro, ocorrido no Palácio da Alvorada durante a campanha eleitoral de agosto do ano anterior.

Levado à residência oficial do presidente pela deputada Carla Zambelli (PL-SP), Delgatti confessou à Polícia Federal que o tema da conversa com Bolsonaro foi a possibilidade de invadir o sistema das urnas eletrônicas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em um trecho de seu depoimento, Delgatti relatou que “Encontrou o ex-presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada, tendo o mesmo lhe perguntado se o declarante, munido do código fonte, conseguiria invadir a urna eletrônica, mas isso não foi adiante, pois o acesso que foi dado pelo TSE foi apenas na sede do tribunal, e o declarante não poderia ir até lá”.

As acusações de invasão das urnas eletrônicas surgiram em meio a uma série de ataques frequentes de Bolsonaro à credibilidade do sistema, sem apresentação de provas concretas. Essas declarações resultaram em um processo no TSE que culminou na declaração de sua inelegibilidade.

Embora a reunião entre Delgatti e Bolsonaro tenha sido reportada pela revista “Veja” em agosto do ano anterior, esta é a primeira vez que detalhes do diálogo são revelados pelo hacker.

De acordo com informações apuradas pela Polícia Federal, a deputada Carla Zambelli também esteve envolvida nesse episódio, buscando o auxílio de Delgatti para invadir os sistemas do TSE e, segundo o depoimento do hacker, o objetivo da parlamentar seria “demonstrar a fragilidade do sistema da Justiça brasileira”.

Após não conseguir invadir o sistema do TSE, Delgatti afirmou que teve acesso à base de dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e emitiu um mandado falso de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Esse fato resultou em uma nova investigação contra o hacker.

Durante as eleições do ano anterior, o Ministério da Defesa conduziu uma auditoria nas urnas eletrônicas para verificar sua confiabilidade, devido à pressão exercida por Bolsonaro. Essa ação gerou tensão nas relações com o TSE e no processo eleitoral. O relatório final, embora inconclusivo, não descartou possíveis riscos à segurança das urnas eletrônicas.

No entanto, o depoimento de Walter Delgatti Neto revelou um novo elemento nessa história. Ele admitiu ter fornecido informações às Forças Armadas para a elaboração do referido relatório sobre as urnas eletrônicas.

O ministro Alexandre de Moraes decretou nova prisão preventiva de Delgatti e ordenou busca e apreensão contra Carla Zambelli, apontando que ambos contribuíram para a disseminação de notícias fraudulentas sobre as condutas dos ministros do STF e do TSE, além de atacar o sistema de votação no Brasil.

(*) Com informações do UOL

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