Manaus, AM – O planeta Terra enfrentou um marco alarmante no último dia, quando registrou o dia mais quente já documentado desde o início das medições globais em 1979. De acordo com dados divulgados pela Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), a temperatura média na superfície terrestre atingiu um novo recorde histórico de 17,18°C. Esse evento chocante levanta sérias preocupações sobre a crise climática global e as crescentes emissões de carbono em todo o mundo.
A NOAA, por meio dos Centros Nacionais de Previsão Ambiental, órgão responsável pela medição, confirmou que a temperatura média do ar superou o recorde anterior de 16,92°C, registrado em 24 de julho de 2022, desde o início das medições.
Apesar da necessidade de corroboração por outras fontes e medições, os especialistas temem que esse recorde seja apenas o primeiro de uma série que será quebrada rapidamente, uma vez que o verão está apenas começando no Hemisfério Norte. Relatórios anteriores do serviço europeu Copernicus indicam que, no início de junho deste ano, as temperaturas médias globais já haviam atingido níveis sem precedentes para esse período.
Os cientistas alertam que o aumento contínuo das temperaturas está diretamente ligado às emissões crescentes de dióxido de carbono e gases de efeito estufa, agravados pelo fenômeno climático El Niño. Friederike Otto, cientista climática do Grantham Institute for Climate Change and the Environment do Imperial College, no Reino Unido, ressalta que esse não é um marco a ser comemorado, mas uma ameaça à vida humana e aos ecossistemas. Ela prevê que, infelizmente, esse recorde será superado em breve, dada a atual tendência preocupante.
O calor extremo resultante do aquecimento global já está colocando em risco a vida de milhões de pessoas em todo o mundo. Países como a China estão enfrentando ondas de calor devastadoras, com recordes de temperatura sendo quebrados em cidades como Pequim. A Índia também tem sofrido com temperaturas extremas, as quais têm sido associadas a um aumento no número de mortes no último mês.
Os cientistas ressaltam que esses registros alarmantes podem ser explicados, em parte, pela influência do fenômeno El Niño, que geralmente está associado a um aumento das temperaturas globais. No entanto, eles enfatizam que as mudanças climáticas desencadeadas pelas atividades humanas estão intensificando esses efeitos, levando a consequências cada vez mais graves.
Diante desses acontecimentos, a Organização das Nações Unidas (ONU) fez um apelo urgente aos governos para que antecipem as consequências do El Niño, a fim de salvar vidas e meios de subsistência. Petteri Taalas, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, alerta que a chegada do El Niño aumentará consideravelmente a probabilidade de novos recordes de temperatura e intensificará ondas de calor extremas em várias partes do mundo, tanto em terra quanto nos oceanos.
(*) Com informações do O Globo