Gaza, PAL – Uma operação complexa que se estendeu por mais de um mês culminou na sexta-feira (24) com a libertação do primeiro grupo de reféns, conforme estipulado pelo acordo entre Israel e o Hamas. Este acordo, que prevê uma trégua de quatro dias no conflito na região, resultou na soltura de 24 pessoas, incluindo 13 mulheres e crianças israelenses, conforme acordado, além de 10 cidadãos tailandeses e 1 filipino, libertados após negociações paralelas com seus respectivos governos.
A trégua, que entrou em vigor às 7h no horário local (2h em Brasília), abrange o norte e o sul de Gaza, conforme informado pelo Ministério das Relações Exteriores do Catar, que desempenhou um papel mediador fundamental nesse processo. O cessar-fogo é resultado de uma operação negociada secretamente por mais de um mês, intermediada pelo Catar e pelos Estados Unidos.
A entrega dos reféns ocorreu de maneira cuidadosamente coordenada. Membros do Hamas entregaram os reféns a representantes da Cruz Vermelha, que desempenharam um papel crucial na operação, assegurando a transferência segura dos libertados. Os reféns, anteriormente sob controle do Hamas em Gaza, foram conduzidos até a fronteira entre Gaza e Egito pela cidade de Rafah, testemunhando o apoio de palestinos locais.
Ao meio-dia, no horário de Brasília, dentro da janela de tempo estabelecida pelo acordo, os reféns atravessaram a fronteira, sendo recebidos por helicópteros do Exército Israelense em um local não revelado no Egito. Lá, receberam os primeiros atendimentos médicos e especializados em comunicação com reféns antes de serem transportados até a fronteira entre Egito e Israel.
Em Tel Aviv, centenas de pessoas aguardavam para dar as boas-vindas aos libertados, enquanto na Cisjordânia, uma multidão esperava pela libertação dos 39 palestinos detidos. Nos próximos dias, mais reféns devem ser libertados, somando mais de 50 no total, conforme previsto pelo acordo.
O Catar e o Egito desempenharão papéis importantes no monitoramento do cumprimento do acordo. O Catar afirmou que uma sala de operações em Doha estará atenta à trégua e à libertação dos reféns, mantendo linhas diretas de comunicação com Israel, o escritório político do Hamas em Doha e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV). O Egito, também envolvido na mediação, recebeu listas de reféns e prisioneiros a serem libertados, exortando ambas as partes a respeitarem o acordo.
A incerteza ainda paira sobre os parentes israelenses das pessoas sequestradas, que expressaram a necessidade de informações sobre o destino dos reféns. Gilad Korngold, em busca de informações sobre sete membros de sua família, incluindo uma neta de 3 anos, que pode estar entre os reféns, destacou a importância de saber se estão vivos e bem.
(*) Com informações do g1
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