
O universitário Igor Melo de Carvalho, de 31 anos, e o motociclista de aplicativo Thiago Marques Gonçalves, de 24, que foram acusados por Josilene da Silva Souza de roubar o seu celular, tiveram suas solturas decretadas após uma audiência de custódia realizada na tarde desta terça-feira (25).
Igor estava detido no hospital Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Zona Norte do Rio, após ter sido baleado nas costas pelo PM da reserva Carlos Alberto de Jesus, marido de Josilene. Já Thiago havia sido encaminhado para a Cadeia Pública de Benfica, também na Zona Norte.
“Terminaram as audiências de custódia. Thiago, o motociclista, vai ser solto! Seguimos acompanhando o caso com a família no local, em Benfica. Igor também receberá o relaxamento da prisão, no hospital” comentou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj.

Thiago Gonçalves (esquerda) e Igor Melo (direita) (Foto: Reprodução)
Prova de inocência do universitário e do motorista
Thiago e Igor têm provas de que não eram os assaltantes do celular da cabelereira. Thiago estava trabalhando desde as 22h como motorista de aplicativo, já Igor estava de garçom em uma casa de samba na Penha até 1h. Imagens do circuito interno do estabelecimento mostram ele saindo do local duas horas depois do assalto.
Igor estava com uma camiseta amarela que era, justamente, o uniforme da empresa onde trabalha aos finais de semana para complementar renda. Thiago tinha carteira registrada como auxiliar de açougueiro até o fim do ano passado. Desde então, passou a alugar uma moto para trabalhar em média 17 horas por dia como motorista de aplicativo.
Thiago e Igor receberam voz de prisão ao serem levados para hospital. O motorista da moto foi conduzido para a Cadeia Pública de Benfica, enquanto o passageiro está acautelado no hospital após ser submetido a uma cirurgia.
Passageiro foi atingido nas costas e perdeu um rim por conta de tiro. Ele está internado no hospital estadual Getúlio Vargas, também na zona norte. O quadro de saúde dele era considerado, até a noite de segunda-feira (24), estável. Já o motorista por aplicativo não foi atingido pelo disparo, mas se feriu com a queda da moto.
A cabeleireira Josilene da Silva Souza, 42, teve o celular roubado na Penha, zona norte do Rio, às 23h de domingo (23). Duas horas depois, apontou para seu marido, o policial militar da reserva Carlos Alberto de Jesus, 61, dois homens com características semelhantes no mesmo bairro.
Depois de 1h de segunda-feira (24), o PM emparelhou seu carro, um Golf prata, à motocicleta pilotada por Thiago, que levava Igor para casa depois de ele ter trabalhado na noite de domingo em uma casa de samba no mesmo bairro dos fatos.
De acordo com o Boletim de Ocorrência, Carlos havia deixado a mulher na rua Irani, na Penha, por volta das 23h e saiu para comprar uma pizza. Quando voltou, ouviu da mulher que teve uma pistola apontada contra o rosto e que os assaltantes tinham levado seu celular.
A mulher afirmou para o marido -e depois confirmou na delegacia- que os assaltantes estavam em uma moto azul. Que o motorista estava com uma camiseta preta, e que o comparsa, que foi quem apontou a arma, estava com uma roupa amarela.
O reconhecimento foi feito por fotografias. Nove fotos, de nove homens com características físicas semelhantes, foram colocadas em um papel para que Josilene reconhecesse quem roubou seu celular. Ela reconheceu Thiago como o piloto e Igor como quem puxou seu telefone.
Josilene e Carlos afirmaram à delegada Lorena Gonçalves Lima Rocha, da 22ª DP (Delegacia de Polícia), na Penha, que o PM só atirou porque viu que Igor tentou sacar uma arma. Nem a suposta arma nem o celular roubado de Josilene foram localizados.
O que diz e o que investiga a polícia
A Polícia Militar afirmou que na delegacia um policial militar da reserva se apresentou como autor dos disparos. “Sua esposa teria reconhecido o condutor da moto como um dos responsáveis pelo roubo de seu aparelho celular. Um dos homens foi preso, enquanto o ferido permaneceu sob custódia no referido hospital”, afirmou a PM em nota.
Tentativa de homicídio investigada. A PM informou no início da tarde desta terça-feira que “colabora integralmente com o trabalho de investigação da Polícia Civil” e que “o caso foi encaminhado à Corregedoria da Geral da Polícia Militar”.
Caso foi apresentado da 21ª DP (Delegacia de Polícia), em Bonsucesso. A corporação afirmou que o policial militar reformado e a esposa foram ouvidos. “O condutor da motocicleta se recusou a prestar depoimento, optando por só se manifestar em juízo”, disse.
Já a investigação está em andamento na 22ª DP, da Penha. Segundo a Polícia Civil, o passageiro foi ouvido no hospital. “Os agentes buscam imagens de câmeras de segurança e outros elementos que comprovem a real dinâmica dos fatos. Todas as evidências serão analisadas, a fim de apurar a conduta e a responsabilidade de todos os envolvidos, bem como os crimes que possam ter sido praticados”, observou a Polícia Civil em nota.
Thiago Marques, motoboy de aplicativo, levava para casa o estudante Igor Melo de Carvalho no momento em que este foi baleado pelas costas após ser confundido por um assaltante na madrugada de segunda-feira (24), no Rio de Janeiro. pic.twitter.com/ZXAh6hEGJD
— Norte Em Foco (@norteemfoco) February 26, 2025
(*) Com informações da ICL Notícias
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