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Economia

Banco Central deve baixar taxa de juros nesta quarta-feira pela primeira vez em três anos

Corte da taxa no Brasil tende a ser repassada aos clientes e, com isso, favorece crescimento da economia

Banco Central deve baixar taxa de juros nesta quarta-feira pela primeira vez em três anos

Foto: Reprodução/ Agência Brasil

Brasília, DF – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central realizou, hoje, uma reunião crucial para a economia brasileira e anunciou o início do ciclo de cortes nos juros básicos. Se confirmada, essa será a primeira redução dos juros em três anos, desde agosto de 2020, quando a taxa Selic atingiu seu nível mais baixo da história, 2% ao ano, em meio à fase mais aguda da pandemia da Covid-19.

Atualmente, a taxa Selic está em 13,75% ao ano, o maior patamar em seis anos e meio. A expectativa do mercado financeiro, baseada em uma pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 bancos na semana passada, é de um corte de 0,25 ponto percentual, fixando a taxa em 13,50% ao ano. Contudo, há analistas que projetam uma redução maior, de 0,5 ponto percentual, para 13,25% ao ano.

Desde o início do mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e integrantes do seu governo vêm criticando a manutenção da taxa em 13,75% pelo Banco Central. Por sua vez, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, sustenta que essa decisão foi crucial para conter a inflação, argumentando que possui autonomia e não pode ser demitido por Lula.

Uma das principais motivações para a redução dos juros é a queda da inflação nos últimos meses. Em maio, a inflação oficial desacelerou para 0,23% e, em junho, registrou deflação de 0,08%.

Especialistas destacam que a redução da taxa de juros pode ter múltiplas consequências para a economia brasileira. Dentre elas, a expectativa é de uma redução das taxas bancárias, o que pode ser benéfico para os clientes, já que os cortes de juros tendem a ser repassados para os consumidores. Em junho, antes mesmo do início do ciclo de corte da Selic pelo BC brasileiro, os juros médios dos bancos já começaram a recuar, marcando a primeira queda neste ano.

Outro efeito esperado é o estímulo para maior atividade econômica. Com juros mais baixos, a perspectiva é de um comportamento mais positivo do consumo da população e uma melhora dos investimentos produtivos, o que pode refletir positivamente no Produto Interno Bruto (PIB), no emprego e na renda.

As contas públicas também podem ser favorecidas com as reduções de juros, uma vez que diminuem as despesas com juros da dívida pública. Em 2022, a despesa com juros somou R$ 586 bilhões, representando 5,96% do PIB, o maior patamar desde 2017. O recuo dos juros pode aliviar a pressão nas despesas, contribuindo para um perfil mais favorável do endividamento brasileiro e possibilitando o direcionamento de recursos para programas sociais, como o Bolsa Família.

Contudo, é importante destacar que investimentos em renda fixa, como no Tesouro Direto e em debêntures, podem ter rendimentos menores com juros mais baixos, o que pode levar os investidores a buscarem outras opções de investimento. Especialistas recomendam, nesse contexto, que os investidores considerem papéis pré-fixados ou títulos indexados à inflação para garantir um ganho real no longo prazo.

A reunião do Copom acontece em um contexto de divergência nas políticas monetárias globais. Enquanto o Banco Central do Brasil inicia o ciclo de redução dos juros, outros bancos centrais de países desenvolvidos estão elevando suas taxas ou mantendo-as estáveis para conter pressões inflacionárias.

Neste sistema de metas de inflação, o BC tem como foco antecipar-se aos acontecimentos e olhar para frente ao definir a taxa básica de juros, considerando a meta para o próximo ano e também para o início de 2025. Mudanças na taxa Selic têm um tempo de resposta que varia de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.

As projeções do mercado financeiro indicam que os juros devem continuar recuando nos próximos meses, com a taxa chegando a 12% ao ano até o final de 2023 e a 9,25% ao ano em 2024, de acordo com as expectativas do mercado futuro, baseadas nas projeções para a economia brasileira e que antecipam o corte da Selic.

(*) Com informações do g1

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