Siga nossas redes

Colunista

Welton Oda

Eleições nos EUA: a falta que uma esquerda faz!

Embora Kamala Harris e Michelle Obama representem mudanças, suas políticas estão longe de transformar radicalmente a política dos EUA

Eleições nos EUA: a falta que uma esquerda faz!

Foto: Wirestock/ Freepik

Já estamos meio acostumados com essa confusão de nomes de partidos no Brasil, mas foram os EUA que começaram com essa modinha de chamar partidos por nomes fictícios. A primeira confusão que os políticos das alas majoritárias nos EUA criaram é a de que lá só existem dois partidos: Republicanos e Democratas. Isso porque os “grandões” por lá utilizaram a estratégia de sufocar financeiramente os partidos pequenos, que não recebem verbas públicas e, em geral, nem aparecem nas cédulas de votação. Apesar disso, existe o Green Party, ou Partido Verde, o Partido Libertário, o Partido da Constituição, dentre outros.

Caro leitor, não se engane com esses nomes! Os democratas não são tão democratas assim e os republicanos, esses é que não são republicanos mesmo! Tampouco o Partido Libertário é libertário. É um partido liberal (aqui no Brasil, igualmente, o partido de fascistas chama-se liberal, o Republicanos mete a mão na coisa pública e o Progressistas é um atraso de vida). Assim, nesse Fla x Flu da política estadunidense, não é a mesma coisa que ter um PT contra um PL, como no Brasil. É como se fosse um político do PL, tipo o Bolsonaro, mas a alternativa mais progressistazinha que os EUA tivessem fosse uma espécie de Arthur Lira, um político do Centrão. Então, que ninguém se iluda com Kamala Harris, Michelle Obama ou outro nome democrata.

Qualquer que seja o(a) novo(a) presidente eleito(a), a política imperialista, o roubo descarado de reservas naturais de países pobres, o fomento a golpes de Estado em outros países, a autorização para o massacre israelense sobre o povo palestino, nada disso deve mudar. Kamala Harris, mesmo como vice-presidente, quando perguntada sobre o massacre de mulheres e crianças na Faixa de Gaza, recusou-se a condenar Israel, fazendo vista grossa para o genocídio do povo palestino.

É óbvio que nada é pior do que Donald Trump no poder, então, obviamente, esse é o inimigo a ser combatido! Só que o outro lado também é inimigo de classe, mas tem políticas menos agressivas contra estrangeiros, defende a ampliação do ínfimo serviço público de saúde estadunidense e é um pouco menos armamentista.

Assim, Kamala Harris ou Michelle Obama estão longe de ser uma Érika Hilton, uma Talíria Petrone, estando mais próximas de uma Simone Tebet ou uma Soraya Thronicke. Então, se você é uma pessoa de esquerda, pode até ficar feliz com a possibilidade de eleição de uma mulher negra à presidência dos EUA, mas contenha sua euforia, porque poucas mudanças poderemos esperar dela!

Trump tem o dom de mostrar ao mundo que qualquer adversário seu é melhor negócio para o planeta do que ele. No Brasil, entretanto, a euforia do Estadão, da Folha de São Paulo e da Rede Globo nos alerta sobre duas coisas: 1) Trump é tão ruim que nem a mídia mais reacionária o quer e; 2) que a eleição de Kamala Harris não deve ser algo assim tão bom para a classe trabalhadora.

As opiniões e comentários emitidos pelos colunistas não necessariamente refletem a opinião do Portal Norte em Foco.

Leia mais:

Clique para comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais em Welton Oda