Comemora-se, hoje, dia 25 de julho, o Dia Nacional do Escritor, instituído em 25 de julho de 1960, data da realização do I Festival do Escritor Brasileiro, uma iniciativa da União Brasileira de Escritores (UBE). O objetivo é possibilitar a valorização e visibilidade de quem embarca nessa jornada que é estar conectado a um público por meio das palavras, preservar e criar memórias, valorizar culturas, eternizar fatos e existências, sacudir o cotidiano.

A propósito, seguir a profissão de escritor, na maioria das vezes, é travar uma guerra com a constante falta de reconhecimento e valorização. Há sempre, a cada esquina, um escritor que não consegue sobreviver financeiramente apenas com suas obras e direitos autorais. Uma segunda profissão é quase sempre necessária.

Talvez existam os afortunados que recebem o incentivo familiar, que têm seus sonhos regados com boas leituras e, principalmente, com uma educação de qualidade. Para mim, escrever foi uma maneira de forjar possibilidades, romper as barreiras do senso comum, ser um guardião de memórias, compartilhar as histórias do meu povo, imortalizar uma existência breve e insuficiente.

“Escritor: não somente uma certa maneira especial de ver as coisas, senão também uma impossibilidade de as ver de qualquer outra maneira.” (Carlos Drummond de Andrade)

Se me fosse permitido fazer um pedido aos leitores, pediria, especialmente, que possam se permitir ler obras produzidas em nossa região, pois há, também, nas nossas paragens, obras com grande qualidade. E, por favor, não o insulte ao não considerar a escrita uma profissão honesta e de grande mérito social, cultural, intelectual e histórico. Ao pedir um livro de um escritor independente, lembre-se: existe a possibilidade de ele ter investido todas as suas economias naquela obra.

Nos últimos dias eu li três autoras amazônicas, de escritas singulares, de sentidos múltiplos. Li “Desejo Absoluto”, de Déborah Bacelar, “Prosa & Panela e outras crônicas”, de Tainá Vieira, e “Manaus em poesia”, de Evany Nascimento. Também li “Em Busca da Eternidade: contos, crônicas e poemas”, mas foi para refletir sobre a trajetória fragmentada de um escritor de origem ribeirinha.

A esperança é de que o escritor de cada esquina possa viver financeiramente de sua profissão, que ele seja valorizado e reconhecido pela sua contribuição para a humanidade. Dias melhores para o guardião de memórias coletivas, pois escrever é trabalho, dá trabalho.

 

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