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Colunista

Estélio Munduruku

Emergência climática: uma ótica indígena prevista

A mudança climática é um fenômeno natural, mas também é impulsionada de forma acelerada pela ação humana na natureza.

Emergência climática: uma ótica indígena prevista

Foto: Norte em Foco - IA

A mudança climática é um fenômeno natural, mas também é impulsionada de forma acelerada pela ação humana na natureza. Muitas das catástrofes ambientais dos últimos anos têm ação direta do homem, seja pelo desmatamento da Amazônia, Cerrado, Pantanal, Catinga e Mata Atlântica, seja pela disseminação dos gases de efeito estufa por grandes empresas, causando impactos significativos no clima. Todos nós que vivemos neste único sistema planetário sofremos com isso, mas os mais impactados são os de vulnerabilidade social e econômica.

Há muito tempo, nossos povos indígenas tinham uma concepção desse fenômeno, não apenas como ação natural, mas principalmente como resultado da ação humana no ecossistema do nosso planeta. A luta em defesa das nossas florestas é constante, pois sabemos da importância de manter esses elementos preservados, que servem como verdadeiro equilíbrio climático. No entanto, o capitalismo ignora esses conhecimentos ancestrais, pois  enxerga a natureza apenas como produto, não como parte de nós. Em nome do “desenvolvimento”, o homem acaba desrespeitando as regras do ecossistema, que também respira.

Com isso, vemos um verdadeiro negacionismo em relação às transformações de longo prazo no clima. Antes mesmo dos estudos científicos alertarem para a mudança climática drástica devido à destruição da natureza, nossos povos indígenas já alertavam há muito tempo, mas isso nunca foi levado a sério. Agora, estamos vivenciando os efeitos dessa inversão da natureza, com ondas de calor, estiagens severas e alagamentos devido a chuvas fortes, afetando o Brasil de norte a sul e leste a oeste.

O estado do Rio Grande do Sul está sendo muito afetado por fortes chuvas, e nossos parentes que vivem na região também estão passando por essa calamidade. Isso poderia ocorrer em qualquer parte do país, como vimos no ano de 2023, quando o Amazonas enfrentou uma grande estiagem quase interminável. Esses são sintomas das mudanças climáticas recorrentes, que não devem ser ignoradas pelos governantes e pela sociedade, sob o risco de sofrermos com os impactos resultantes da atividade humana em excesso.

Portanto, é crucial que nossos governantes ajam com seriedade, criando planos relacionados às mudanças climáticas e ouvindo as sabedorias indígenas e os estudos científicos. Negar os impactos climáticos só levará a mais eventos como o que ocorre no Rio Grande do Sul. Que Karusakaybu esteja com nossos parentes indígenas e irmãos do Rio Grande do Sul.

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