A água é um dos elementos naturais mais importantes na vida humana. Ela é um bem precioso que faz parte do cotidiano dos povos indígenas, comunidades quilombolas e ribeirinhas desde a infância. No entanto, o acesso à água potável é quase distante da nossa realidade. Temos águas em abundância, porém, não há tratamento para um consumo de qualidade.
Em alguns casos, nem todos os municípios do estado promovem uma política boa de saneamento básico dentro das terras indígenas. O poder público ainda é falho em dar condições de melhoria da água com qualidade nas aldeias e comunidades tradicionais. Em épocas de estiagem e subida dos rios, é possível perceber um aumento significativo de doenças, como a diarreia, nos territórios.
Temos como exemplo a estiagem de 2023, com a seca dos grandes rios e de seus afluentes. Muitas pessoas passaram por situações difíceis de acesso à água potável; em outros casos, era preciso nossos povos andar horas a fio atrás de água para beber, e quando encontravam, era uma água totalmente barrenta e suja, que só dava para usar em lavagem de roupas e uso doméstico.
Na aldeia Kwatá, por exemplo, na Terra Indígena Kwatá-Laranjal no município de Borba, não há poço artesiano, e o Rio Canumã, que abastecia as aldeias, ficou completamente seco. Por conta disso, vários Munduruku cavaram poços no leito do rio para encontrar água, mas não conseguiam, o que vinha era água suja. Assim, todos os povos indígenas, comunidades tradicionais e ribeirinhos passaram por situações difíceis devido à estiagem.
Agora, a situação é preocupante com outro fenômeno da natureza: a subida dos rios amazônicos. Quase todas as cidades do estado do Amazonas ficam inundadas. O que fazer nesse sentido? Quais planejamentos do poder público para fornecer água potável de qualidade?
Nesse sentido, a nossa região tem esses dois fatores da natureza. Cabe a nós, enquanto sociedade, e ao poder público nos planejarmos e encontrarmos soluções, porque os mais afetados com tudo isso são os povos indígenas, comunidades tradicionais e ribeirinhos que dependem desse elemento natural, que é fonte de vida e sagrado em nossas sabedorias ancestrais.