Ponta Grossa, PR – Novos detalhes emergiram de um caso chocante de assédio sexual envolvendo um professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no Paraná. Mensagens comprometedoras, que agora vieram à tona, revelam a abordagem perturbadora do docente em relação a uma estudante. O professor, identificado como Luciano Ribeiro Bueno, enfrenta não apenas a demissão da instituição após um processo disciplinar, mas também implicações criminais pelas suas ações, depois de um acordo com a vítima ter sido alcançado junto ao Ministério Público.
As mensagens em questão, que foram obtidas pelo portal G1, evidenciam as táticas utilizadas pelo professor para assediar a aluna via aplicativo de mensagens instantâneas. O caso veio à tona quando a estudante denunciou o assédio à Ouvidoria da UEPG.
As mensagens, enviadas através do WhatsApp, começaram em julho de 2022. O professor inicialmente tentou estabelecer contato com a estudante, questionando sua ausência nas aulas e oferecendo ajuda acadêmica. No entanto, a conversa tomou um rumo perturbador à medida que o professor começou a fazer propostas sexuais explícitas e enviar imagens inapropriadas. A aluna, em resposta, bloqueou o contato do professor após confrontá-lo sobre a natureza inadequada das mensagens.
Trinta minutos depois, a aluna respondeu pedindo para o homem confirmar a identidade em áudio. Ele responde, confirma, e sugere novamente que ela olhe o status dele no WhatsApp.
Nele, o homem exibia o órgão genital, mensagem que podia ser vista por todos os contatos.
Nos áudios, Luciano também convidou a aluna a ter relações sexuais com ele, perguntando o que ela queria em troca de sexo. Após enviar uma sequência de áudios, a aluna respondeu:
“Por um acaso em algum momento eu dei liberdade pro senhor me mandar esse tipo de vídeo, e me fazer esse tipo de proposta?”.
A defesa do professor alega que seu comportamento foi influenciado por problemas psicológicos, incluindo “transtorno depressivo grave e Síndrome de Burnout”. De acordo com a defesa, esses problemas levaram o professor a interpretar erroneamente as mensagens trocadas com a aluna, extrapolando os limites do ambiente acadêmico.
O desenrolar dos eventos levou à demissão de Luciano Ribeiro Bueno, que foi publicada no Diário Oficial do Paraná em 9 de agosto de 2023. O caso também resultou em consequências criminais, com Luciano concordando com a aplicação antecipada de uma pena restritiva de direitos de prestação pecuniária, ou seja, pagamento em dinheiro à vítima, conforme o Ministério Público.
O processo disciplinar que culminou na demissão de Luciano levou cerca de um ano. O caso foi minuciosamente investigado por uma comissão de professores da UEPG, que finalmente recomendou sua demissão com base nas evidências apresentadas e na gravidade das acusações.
Este incidente trouxe à tona questões cruciais sobre o assédio sexual nas instituições de ensino e levanta preocupações sobre o uso adequado das redes sociais na interação entre professores e alunos. A UEPG confirmou que está atualmente investigando 11 outras denúncias de assédio sexual, demonstrando um comprometimento com a promoção de um ambiente seguro para seus estudantes.
(*) Com informações do g1
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