Manaus, AM – O anúncio feito pelo governador do Pará de que a Seleção Brasileira vai estrear em casa nas Eliminatórias da Copa do Mundo em Belém, foi mais um capítulo da extensa lista de derrotas do governador Wilson Lima para o colega Hélder Barbalho. Junta-se nessa conta a COP-30, a preferência de Lula pelo estado vizinho e o preço que o governador do Amazonas paga pelo apoio irrestrito ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Capital do Meio Ambiente
Pouco importa que o Pará seja o Estado campeão em desmatamento. Lula e Barbalho trabalharam fortemente e conseguiram levar a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30), em novembro de 2025, para Belém (PA). Manaus, capital mais importante do Norte, queria ser a sede do evento, mas ficou para trás.
Vice de Lula?
Não é difícil entender o que se passa nos bastidores da política. O nome do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), tem ganhado destaque nas especulações políticas como possível candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2026. Geraldo Alckmin (PSB), pretende disputar o governo de São Paulo.
Wilson Lima foi duramente criticado nas redes sociais por convidar Barbalho para ver o Festival de Parintins, mas, de fato, não teve escolha. “Viva a cultura da Amazônia e do povo brasileiro!! Como presidente do @consorcioamazonialegal_ fico muito feliz em prestigiar essa grande festa do Festival de Parintins, no Amazonas, que representa o fortalecimento da cultura popular, a partir da diversidade dos brasileiros, valorizando a cultura dos povos originários e também a preservação do meio ambiente”, escreveu Helder no Instagram, reforçando que ele é o líder político da região.
Eliminatórias da Copa
Mandar o jogo do Brasil contra a Bolívia tem um grande peso político. Além dos holofotes que trará para Belém, a partida servirá para que Barbalho mostre o trabalho que ele fez na reforma do Mangueirão. Ainda que a Arena da Amazônia seja um mega elefante branco, não é de hoje que Lula lamenta ter levado a sede da Copa de 2014 para o Amazonas, em vez do Pará.
“Naquela Copa, o governo federal e o ministro do esporte não participavam da quantidade e nem da escolha de estádios para sediar a Copa. E por entender um pouco de futebol, acho que o estado do Pará é que deveria ter sido escolhido para ser sede da copa do mundo e não o estado do Amazonas. Não que eles não mereçam, mas o Amazonas tem menos tradição no futebol do que o estado do Pará.”
Já Wilson, com a imagem atrelada ao bolsonarismo, segue à espera de um aceno de Lula, a cada dia mais distante.
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