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Presos no 8 de Janeiro confirmam que a intenção era tentar golpe de Estado

Uma das golpistas disse que ouviu no QG que o movimento era para a tomada dos prédios dos Três Poderes

Presos no 8 de Janeiro confirmam que a intenção era tentar golpe de Estado

Foto: Reprodução / YouTube / TV Senado

Brasília, DF – No dia 8 de janeiro, manifestantes foram presos em Brasília. Segundo depoimentos concedidos à Polícia Civil do Distrito Federal, por indivíduos detidos, foram confirmadas as motivações golpistas por trás do acampamento estabelecido em frente ao Quartel-General do Exército, de onde se originou o ato que culminou na invasão e depredação dos edifícios que abrigam os Três Poderes.

Segundo depoimentos, os golpistas admitiram ter invadido o Palácio do Planalto com o intuito de destituir o governo Lula. Uma das detidas, identificada como Vildete Ferreira da Silva, desempregada, relatou ter deixado o “quartel de São Paulo” em um ônibus rumo a Brasília, com o objetivo claro de desestabilizar o governo federal. Ela alegou que o transporte foi disponibilizado gratuitamente.

Outra participante do movimento, a professora Cibele da Piedade Ribeiro da Costa Mateos, também afirmou ter deixado São Paulo em um ônibus gratuito no dia 7 de janeiro, estabelecendo-se no acampamento em frente ao Quartel-General. Em seu depoimento, ela revelou que seu propósito ao se dirigir à Praça dos Três Poderes era ocupar os edifícios e aguardar uma intervenção militar que impedisse Lula de governar.

Essa justificativa foi corroborada por diversos detidos. A professora Gisele do Rocio Bejes admitiu ter invadido prédios públicos por ter “teria ouvido uma orientação no movimento para todos entrarem, sentarem e ocuparem os espaços”. Segundo ela, essa orientação foi repassada entre os manifestantes.

Outra detida, a vendedora Ines Izabel Pereira, embora não tenha sido capaz de identificar o Palácio do Planalto em seu depoimento, confessou ter estado no prédio com o intuito de se misturar à multidão. Ela, assim como os demais, chegou a Brasília em um ônibus gratuito e declarou que, caso houvesse um grande número de pessoas dentro do edifício, contaria com o apoio do Exército para evitar a suposta instauração do comunismo no Brasil.

Um dos depoimentos mais reveladores veio da pensionista Ana Elza Pereira da Silva, uma das pessoas detidas em flagrante no Palácio do Planalto. Ela afirmou aos policiais ter sido enganada ao participar da manifestação. Segundo Ana Elza, uma liderança do acampamento teria assegurado que o ato se limitaria a uma passeata, e que o golpe de fato ocorreria na segunda-feira, dia 9 de janeiro.

“(…) Uma das responsáveis no QG por falar ao microfone disse que seria apenas uma passeata no dia de hoje [8/1], pois amanhã haveria, com a chegada de pessoas do agronegócio e dos caminhoneiros, a invasão e tomada dos Três Poderes”, disse a pensionista, identificando a mulher ao microfone como “Ana Priscila”.

Acredita-se que essa menção faça referência a Ana Priscila Azevedo, apontada como uma das líderes do acampamento, que só foi presa dois dias após a invasão.

(*) Com informações do Metrópoles

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