Manaus, AM – O vereador de Manaus Rosinaldo Bual (Agir) e a chefe de gabinete dele foram presos preventivamente na manhã desta sexta-feira (3), durante uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Amazonas (MPAM). A ação investiga um suposto esquema de rachadinha montado no gabinete do parlamentar na Câmara Municipal de Manaus (CMM).
A operação cumpriu mais de dezessete mandados de busca e apreensão e os dois mandados de prisão preventiva. Durante as buscas, os agentes encontraram e apreenderam três cofres: um na casa do vereador, outro na residência de sua mãe e um terceiro em seu sítio.
De acordo com o MPAM, o parlamentar se recusou a fornecer as senhas dos cofres, que foram levados para a sede do órgão para serem abertos e periciados. Em um deles, foram encontrados dois cheques que, somados, ultrapassam a marca de R$ 600 mil. Além dos cofres, também foram apreendidas duas armas e diversos aparelhos eletrônicos.
Esquema de desvio de salários
As investigações do Gaeco apontam para um esquema ilegal de desvio de recursos públicos por meio de rachadinha. Segundo o MP, mais de 100 pessoas passaram pelo gabinete de Bual desde o início de seu mandato.
A modalidade do crime, conforme os promotores, funcionava da seguinte forma: os funcionários eram registrados com salários elevados na folha de pagamento oficial, mas pessoas ligadas ao vereador os intimidavam para que repassassem cerca de metade do valor recebido diretamente a Rosinaldo Bual. O retorno era feito em dinheiro vivo ou via transferência por PIX.
A quebra de sigilo bancária autorizada pela Justiça comprovou diversas transferências de valores diretamente para a conta pessoal do vereador, fortalecendo as evidências do esquema.

Vereador de Manaus Rosinaldo Bual (Agir) está no terceiro mandato – Foto: Divulgação
Prisões e manifestações
O Ministério Público não detalhou a suposta participação da chefe de gabinete do vereador no esquema criminoso. Tanto ela quanto o parlamentar foram encaminhados ao 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP).
A Câmara Municipal de Manaus emitiu uma nota confirmando a presença do Gaeco nas dependências do legislativo e informando que a operação foi realizada no gabinete do vereador. A instituição “reitera seu compromisso com a transparência, a legalidade e a colaboração com os órgãos de controle e fiscalização”, concluiu o texto.
O caso segue sob sigilo e em fase de apuração pelo Gaeco.