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Welton Oda

Bora esfriar esse planeta?

Se a sua casa, como a do porquinho Prático, é de tijolos, você também contribui para o aquecimento global

Bora esfriar esse planeta?

Foto: Norte em Foco

Não sei vocês, mas eu tenho filhos pequenos e detesto a ideia de que eles podem viver, se o planeta ainda abrigar vida humana daqui a algumas décadas, num lugar cada vez mais insuportavelmente quente, sujo e com pouca água. A ideia é apavorante! E pior: se nada acontecer que mude essa tendência, como não muda desde a década de 1990, quando cientistas já alertavam para fenômenos como a savanização da Amazônia, é exatamente este o planeta que nossa geração legará para nossos descendentes.

Se depender de mim, não! E de muitos outros! Pessoas ao redor do globo já se tocaram e mudaram seu estilo de vida. Bairros, vilas, cidades e países inteiros estão buscando formas mais saudáveis de viver, assim como os povos tradicionais sempre fizeram. Alguns europeus, asiáticos e americanos estão também aprendendo com nossos antepassados. Apesar disso, a maior parte da população humana insiste em destruir o planeta, quer por ignorância, quer por pobreza, mas, sobretudo, incentivados por uma pequena minoria de bilionários, por hiperconsumo e ganância.

Viver de modo a respeitar os processos metabólicos da Terra, além de mais saudável e agradável, é urgente! As mudanças, para quem está interessado numa vida de respeito e harmonia com a obra do Criador (Tupã, Ñaperikoli, Deus, Makuná, Oxalá, Alá…), são drásticas. As moradias, a alimentação, o transporte, as vestimentas e muitos outros aspectos do cotidiano de um trabalhador ou estudante, são totalmente desconectados de uma vida ambientalmente saudável.

Falemos, pois, de coisas simples e possíveis, que qualquer um pode fazer e que representam grandes mudanças. Se você usa copos descartáveis, por exemplo, e trabalha numa fábrica, consome, em geral, um copo para o café, uns dois ou três (no mínimo) para tomar água ao longo do dia e mais um para a água que acompanha o almoço. Cinco copos por dia, vinte e dois dias de trabalho por mês = 110 copos, ou 1.320 copos descartáveis por ano, de uma única pessoa. Ah! Aproveite e abandone também as sacolas plásticas!

Se você bebe refrigerante ou sucos de caixinha ao invés de fazer seu próprio suco, da fruta mesmo, você sustenta uma indústria poluente e ingere uma quantidade de açúcar incompatível com uma vida saudável. Se você é um brasileiro médio, consumiu no último ano, 61 litros de refrigerante, pagando, neste período, 366 reais à AMBEV, para que essa fábrica de refrigerantes transforme água potável e cristalina, em xarope de açúcar.

Se a sua casa, como a do porquinho Prático, é de tijolos, você também contribui para o aquecimento global, porque todo o revestimento da casa deve ser composto por materiais que acumulam calor. Muita gente, como alternativa, cobre seus telhados com maracujá ou outra trepadeira, protege seus muros com hera ou outro tipo de vegetação que impede a absorção de calor. Muita gente também reduz, no calçamento do quintal, a quantidade de cimento e revestimento cerâmico, trocando pela boa, velha e permeável terra, na qual as raízes das plantas e a água da chuva penetram com facilidade, evitando assim, a impermeabilização do solo.

Essas três medidas já seriam ótimas, mas nada como reduzir o consumo desnecessário e se engajar em formas alternativas ao modo de produção capitalista, afinal, lembrem-se, você pode financiar um agricultor familiar quando se alimenta e uma cooperativa de trabalhadores têxteis, ao se vestir. A natureza agradece sempre que você não sustenta o Agro, nem o dono bolsominion da Riachuelo ou da Marisa, sem falar do véio da Havan.

Então, irmão, não quer ouvir a palavra do Ecossocialismo? Que Marx o abençoe!

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