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Welton Oda

A Praga Humana

Eu e meus companheiros, enquanto vivos, seguiremos buscando aliados e mostrando que há um caminho que pode nos salvar, a todos: o ecossocialismo!

A Praga Humana

Foto: IA Canva

O que é que o Homo sapiens? Sapiens de nada, inocente! Tremenda arrogância quando um indivíduo dessa espécie autodenominou-se assim. Vergonha alheia! Olho para um Sauim de coleira, uma preguiça, um jacaré ou uma cutia e quero até me enterrar! Não consigo mais encará-los nos olhos! Tenho vontade de dizer: até pareço com esses humanos, mas não sou como eles!

Alguns Homo sapiens são bem legais! Se dependesse deles esse mundo não seria tão péssimo. Esses humanos mais legais que os outros são chamados, em seu conjunto, de populações tradicionais: indígenas, quilombolas, aborígenes, aldeões, ribeirinhos, pescadores, etc, etc. Seus modos de vida trazem um elemento ausente nas ditas “civilizações” de seguidores do deus cristão: o respeito à obra do Criador. Nas comunidades tradicionais, salvo exceções, ninguém envenena as verduras ou o rio, ninguém polui o ar e a água, a desigualdade social inexiste.

O “Homo sapiens de nada, inocente” será a primeira espécie, em toda a história dos seres vivos, a se autoextinguir, coisa de “jenio”! Os cientistas, em suas pesquisas, trazem evidências de que se continuarmos consumindo combustível fóssil, se continuarmos desmatando, queimando florestas, haverá, em poucos anos, uma mudança global na temperatura tamanha que não será mais possível ao ser humano habitar esse planeta. Quem liga? O Homo stupidus segue com seu ímpeto destruidor, acelera sua extinção.

Até mesmo grande parte da juventude atual, desanimada e apática, torcendo mesmo pela extinção do ser humano (o que é compreensível), não percebe que, ao resignar-se e permanecer imóvel, está fadada a ter décadas de sua própria existência sob condições socioambientais extremamente penosas e severas e que, se agisse agora, poderia, ao menos, como diria Krenak, adiar o fim do mundo.

O irônico disso tudo é que a espécie humana costuma denominar praga a um conjunto de seres vivos que ela própria considera nociva, como gafanhotos, lagartas e saúvas, mas nunca a si própria, a pior das pragas da face da Terra. É quase certo que as milhares de preguiças, macacos, embuás, lagartos, sapos, minhocas, cobras, árvores, cipós e orquídeas queimadas vivas nas florestas pela Amazônia neste ano estivessem vivas caso a praga humana não existisse.

Não há nada de inteligente no modo de vida da espécie humana ou, ao menos, a considerar o estilo de vida sustentado pelo sistema agroindustrial, com uma alimentação baseada no consumo de poucos grãos (arroz, feijão, aveia, trigo, soja, milho), uso extensivo de venenos, monoculturas, concentração de renda, redução da biodiversidade, impermeabilização do solo, produção e consumo de mercadorias poluentes, consumismo.

Isso sem falar na guerra, a cereja do bolo. É nessa atividade humana, demasiado humana, que se percebe que o mais brutal, o mais violento, egoísta e destruidor sobrevive, segue assassinando e se autodestruindo.

Eu e meus companheiros, enquanto vivos, seguiremos buscando aliados e mostrando que há um caminho que pode nos salvar, a todos: o ecossocialismo! Se é com a Revolução Industrial que se instala o caos ambiental, com o advento do capitalismo e a sanha devoradora da burguesia, transformações históricas ocorrem e seguem sendo possíveis, basta que, em seu lugar, surja outro sistema econômico e político.

Obviamente, isso não ocorrerá sem a ação humana, sem a coragem de homens e mulheres. A situação é desesperadora, sim, com certeza! Façamos da angústia e da dor, nossa mola propulsora para a ação transformadora! Tenho filhos e neto! O mundo que quero pra eles não é esse!

Por isso sigamos semeando amor, plantando árvores, espalhando esperança! Cabeça erguida, gente! O jogo não terminou!

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