Manaus, AM – Uma redução expressiva nos atendimentos ambulatoriais não urgentes marcou o início de uma greve no dia 1° de Dezembro, liderada por médicos do Amazonas, em um protesto que evidencia o descaso do governo estadual com a pauta da saúde. Hospitais essenciais, incluindo 28 de Agosto, João Lúcio e Platão Araújo, além de diversos Serviços de Pronto Atendimento (SPAs) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), foram impactados, destacando a crise enfrentada pelos profissionais de saúde na região.
A principal reivindicação dos médicos envolve o pagamento de salários atrasados referentes aos anos de 2021 e 2022, além dos vencimentos de agosto, setembro e outubro de 2023. A falta de condições adequadas de trabalho, incluindo a escassez de materiais hospitalares essenciais, como medicamentos e equipamentos cirúrgicos, também é enfatizada no movimento.
O exemplo da Fundação Hospital do Coração Francisca Mendes (FHCFM), onde a paralisação das máquinas de cateterismo ressalta a gravidade da situação, destaca a urgência das demandas médicas. Em um documento conjunto, 15 instituições representativas dos médicos do Amazonas expuseram suas preocupações ao governo estadual na última quarta-feira (29).
O secretário de Saúde, Anoar Samad, confirmou o recebimento das reivindicações e solicitou à Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz-AM) mais de R$ 453 milhões para quitar as despesas pendentes. Entretanto, o governador Wilson Lima anunciou medidas para abordar a crise na saúde, incluindo uma reunião agendada para a última terça-feira (5/12) com cooperativas médicas, mas a reunião não chegou a acontecer, evidenciando que a classe dos médicos e a pasta da saúde não são as prioridades do governo que esbanja falas bonitas em Dubai, na COP 28.
Lima atribuiu os atrasos nos pagamentos à queda na arrecadação, destacando a perda de cerca de R$ 300 milhões nos meses de novembro e dezembro.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) informou estar em tratativas com as cooperativas médicas para resolver a questão dos pagamentos o mais breve possível, reafirmando a manutenção dos serviços de urgência e emergência nas unidades de saúde do Estado. A situação permanece crítica, destacando a necessidade urgente de soluções para enfrentar o descaso na saúde pública do Amazonas.
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