São Paulo, SP – No último domingo, 27 de agosto, Fausto Corrêa, carinhosamente conhecido como Faustão, passou por um procedimento de transplante cardíaco que surpreendeu muitos, levantando questionamentos sobre a rapidez com que o apresentador conseguiu um órgão compatível, considerando sua presença na fila de transplantes do Sistema Único de Saúde (SUS). Uma série de postagens nas redes sociais trouxe à tona essas dúvidas, levando João Guilherme, filho de Fausto, a utilizar o Instagram para esclarecer o processo por trás da seleção de receptores.
Em um gesto de apoio e esclarecimento, João Guilherme compartilhou uma postagem de um médico especializado no processo de doação de órgãos. A mensagem, que também foi divulgada por Enzo Celulari, enfatiza a necessidade de compreender os mecanismos antes de emitir julgamentos precipitados.“Seguimos em oração pela rápida recuperação do nosso querido Fausto após a realização do transplante bem-sucedido. Informem-se antes de julgar”, diz a publicação, feita por Enzo Celulari e compartilhada por João.
A postagem de Enzo Celulari foi acompanhada por uma série de tweets do médico Pedro Carvalho, que esmiúça detalhadamente o processo de seleção de receptores no âmbito do SUS. O médico explica que o uso do termo “fila” é inadequado, preferindo o termo “lista” para descrever a ordem de prioridade. Ele esclarece que diversos critérios influenciam a escolha dos receptores para transplantes, com a gravidade do estado de saúde do paciente figurando como o fator determinante.
“”Fila” é um termo inadequado. “Lista” é melhor. Por quê? Porque há uma série de critérios para se transplantar e a gravidade do paciente é o maior deles. Alguém que morrerá iminentemente sem o transplante será transplantada antes de uma pessoa mais antiga na lista. Além disso, o doador pode não ser compatível (grupo sanguíneo, painel de anticorpos) com uma pessoa e aí vai rodando a lista até achar um receptor. Claro que para pacientes em mesma situação clínica, o tempo de espera é, obviamente, um fator de decisão”, explica Carvalho.
Para pacientes com condições clínicas similares, o tempo de espera também é considerado um fator na decisão. A explicação detalhada do médico ajuda a desmistificar o processo de seleção e a resposta à pergunta que pairava no ar sobre a rapidez com que Faustão conseguiu um órgão compatível.
(*) Com informações do Metrópoles
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