Brasília, DF – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as Pirâmides Financeiras anunciou ontem a aprovação da quebra de sigilo bancário de personalidades notáveis, incluindo os atores Cauã Reymond e Tatá Werneck, bem como o apresentador Marcelo Tas. A decisão foi divulgada no portal oficial da Câmara dos Deputados após uma sessão ocorrida no dia anterior.
Os artistas, que já haviam sido convocados a depor perante a comissão, optaram por não comparecer alegando razões legais, embasados em um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal. A medida levanta ainda mais questionamentos sobre a ligação deles com as atividades da empresa Atlas Quantum, acusada de perpetrar golpes que totalizam mais de R$ 7 bilhões, afetando cerca de 200 mil investidores.
A empresa, que prometia retornos atraentes por meio de investimentos em criptomoedas, contou com a participação ativa de Tatá Werneck e Cauã Reymond em campanhas publicitárias enquanto estava em operação. Diversos vídeos, ainda acessíveis na página oficial da Atlas Quantum no Facebook, apresentam os atores compartilhando seu apoio à empresa e à ideia de investimentos em criptomoedas.
No entanto, Tatá Werneck, por meio de seus representantes legais, reiterou que sua participação estava limitada a um papel de garota-propaganda, distante das operações e rotina da Atlas.
“Ora, se o Banco Central, a CVM, o Ministério Público, a Receita Federal e os demais Órgãos Reguladores permitiam a atividade da Atlas junto ao grande público, como poderia a Tatá, que é somente uma atriz, adivinhar que essa empresa teria alguma atividade ilegal? É óbvio que se Tatá soubesse que a Atlas viria a se envolver em algum escândalo, lesando seus consumidores, ela jamais aceitaria vincular sua imagem àquela empresa, cabendo destacar que Tatá nunca investiu na Atlas; nunca foi sócia da Atlas ou teve qualquer participação nos rendimentos da Atlas. Tata foi somente uma prestadora de serviços sem qualquer envolvimento com as atividades e rotina da Atlas”.
Cauã Reymond, por outro lado, preferiu não comentar sobre o assunto quando abordado durante o Grande Prêmio de Cinema Brasileiro. A reportagem continua buscando contato com a equipe de Marcelo Tas para obter mais informações sobre sua posição em relação ao caso.
Além disso, a 18K Ronaldinho, uma outra empresa que prometia ganhos substanciais em criptomoedas e que contava com o ex-jogador Ronaldinho Gaúcho como um dos fundadores, também está sob investigação por esquema de pirâmide. O jogador alega que sua imagem foi usada indevidamente, uma ação que adiciona mais complexidade ao cenário já controverso das pirâmides financeiras.
(*) Com informações do UOL
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