Manaus, AM – Filha do ex-superintendente da Suframa, Coronel Menezes, eleita com a bandeira da Direita no Amazonas, e marinheira de primeira viagem na política, a deputada estadual Debora Menezes (União Brasil) está levando ao pé da letra a saga Pátria, Deus e Família. Só que neste caso, a família Bolsonaro.
Bolsonaro é padrinho de casamento do ex-superintendente, os dois serviram juntos nas Forças Armada, e o marido de Michelle Bolsonaro é figura presente nesta família amazonense há mais de 40 anos. Sendo assim, as pautas da jovem parlamentar acabam indo no contexto de criar projetos de lei que priorizem a ligação familiar.
Ainda que não seja a vontade da maioria.
Honraria
Um dos projetos mais polêmicos é dar a Medalha de Cidadã Amazonense para Michelle. Débora vai colocar na ex-primeira-dama a honraria, alegando que ela fez muito pelo Amazonas. Inclusive, dando cestas básicas durante a epidemia de Covid, quando os amazonenses morreram sem oxigênio.
“Ao longo dos quatro anos à frente do conselho do programa Pátria Voluntária, Michelle Bolsonaro viabilizou que OSCs, institutos, fundações entre outras entidades de atendimento a idosos, Pessoas com Deficiência (PcDs), pessoas em situação de rua, povos e comunidades indígenas, fossem atendidos pelo programa, com doações que suprissem suas necessidades pontuais, dando continuidade aos trabalhos desenvolvidos nestes espaços.”
LGBTQIfobia
Outra pauta que mostra o mandato de Débora a serviço do bolsonarismo são os projetos contra reivindicações dos homossexuais.
Nos Projetos de Lei 146/2023 e 317/2023, ela pede que se crie uma Lei para impedir a instalação de banheiros unissex em escolas e da hormonioterapia em menores de idade, justificando ser contra “ideologia de gênero” e acusando os homossexuais de fazer “uma lavagem cerebral na cabeça de pais, crianças e adolescentes”.
Hino Nacional
Quase sempre vestida com as cores do Brasil, Débora apresentou projeto para obrigar os alunos das escolas do Amazonas a cantar o Hino Nacional todos os dias. Para ela, isso é fundamental.
Já na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), o Projeto de Lei nº 72/2023, de autoria da deputada Débora Menezes (PL), torna obrigatória a definição de horário cívico nas instituições de ensino públicas e privadas, com a execução do Hino Nacional Brasileiro e Hino do Amazonas, uma vez na semana.
A matéria, ainda, aguarda parecer da Casa. Para a deputada, “o horário cívico é importante para que o aluno aprenda o significado de civismo, patriotismo, demonstrando por meio do canto, a reverência as bandeiras nacional e estadual”.
De acordo com a lei, durante a execução, todos devem tomar atitude de respeito, de pé e em silêncio.
Amigos para sempre
Além das fotos com Bolsonaro, das pautas e da medalha para Michelle, Débora aprendeu em casa, com o pai, a reverência aos Bolsonaros. Em troca, a família é sempre apoiada pelo ex-presidente e ex-primeira-dama nas campanhas do Amazonas.
A próxima para prefeito, ano que vem.