Foto: Reprodução/ Redes Sociais
Brasil – O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) é um dos principais expoentes do bolsonarismo e frequentemente está no centro de polêmicas. Recentemente, ele divulgou a falsa informação de que o governo Lula planejava taxar o Pix, o que gerou uma crise política e levou a Receita Federal a recuar em uma proposta. Esse episódio reforçou sua influência, mas também trouxe questionamentos sobre sua base de apoio e seus financiadores de campanha.
Entre os doadores que contribuíram para sua eleição, destaca-se Ronosalto Pereira Neves, proprietário da rede de supermercados Mart Minas. Em 2022, ele doou R$ 100 mil para a campanha de Nikolas e já foi citado em investigações sobre movimentações financeiras atípicas. Em 2018, Ronosalto admitiu à Polícia Federal ter transferido R$ 1,1 milhão em espécie para financiar a campanha presidencial de Aécio Neves (PSDB) em 2014, por meio do grupo J&F, dono da JBS.
Além disso, Ronosalto e sua esposa, Nayla Micherif Neves, Miss Brasil 1997, foram sócios de Donald Trump na rede Miss Universo. O ex-presidente dos EUA administrou o concurso entre 1996 e 2015, período marcado por denúncias de irregularidades financeiras e fraudes tributárias envolvendo suas empresas.
Outro doador que chama atenção é Mayk Santos de Souza, influenciador digital que promove métodos de enriquecimento rápido e apostas esportivas. Em 2022, ele doou R$ 10 mil para a campanha de Nikolas e ficou conhecido por divulgar o “jogo do tigrinho”, um cassino online ilegal já alvo de investigações no Brasil.
Mayk também mantém ligações com Ruyter Poubel, influenciador do setor de apostas investigado na Operação Faketech. A ação policial desarticulou uma rede acusada de promover jogos ilegais e enganar apostadores com promessas de lucros exorbitantes em plataformas fraudulentas.
A relação de Nikolas com doadores envolvidos em questões controversas levanta dúvidas sobre os interesses que cercam seu mandato. A presença de financiadores com histórico de investigações e negócios suspeitos pode indicar influência desses grupos sobre sua atuação política.
Além disso, o financiamento do bolsonarismo tem sido sustentado por redes de empresários e influenciadores que, em alguns casos, se beneficiam da desinformação e de práticas irregulares. A proximidade entre políticos e figuras ligadas a jogos ilegais e esquemas financeiros questionáveis reforça a necessidade de um olhar mais atento sobre esse modelo de arrecadação.
Diante disso, a relação entre Nikolas Ferreira e doadores envolvidos em esquemas ilícitos coloca em xeque a coerência de seu discurso conservador. Embora se apresente como defensor da moral e dos bons costumes, ele recebe apoio financeiro de figuras investigadas por irregularidades. Essa contradição não parece afetar sua credibilidade entre seus seguidores, o que sugere que, para determinados grupos ideológicos, a confiança em uma figura pública pode estar mais ligada à retórica do que à conduta ética de fato.
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(*) Com informações do ICL Notícias
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