Foto: Reprodução / Agência Brasil
Brasília, DF – Em uma noite de diálogo franco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em um jantar no Palácio da Alvorada, evidenciando movimentações estratégicas para escolhas importantes. Segundo fontes presentes no encontro, o presidente deu sinais claros de que Paulo Gonet, subprocurador, está na mira para liderar a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Em uma atmosfera de discussões informais, Lula também indicou, de forma não explícita, que o ministro Flávio Dino (Justiça) é o favorito para a vaga em aberto na Corte Suprema. Ambos os nomes contam com o respaldo de membros do tribunal, revelando uma estratégia cuidadosa do presidente.
O evento, que contou com a presença dos ministros Gilmar Mendes, decano do STF, Cristiano Zanin e Alexandre de Moraes, além do ministro Jorge Messias da Advocacia-Geral da União (AGU) e o mencionado Flávio Dino, marcou um momento de aproximação entre os poderes Executivo e Judiciário.
Antes do jantar, Lula teve uma reunião reservada de cerca de 30 minutos com o presidente do STF, Luís Roberto Barroso. Durante conversas anteriores, Lula já havia insinuado que Flávio Dino estava ganhando força na corrida sucessória no Supremo.
Apesar dos desafios enfrentados por Dino, tanto na área da segurança pública quanto nas questões relacionadas às falhas do Ministério da Justiça na triagem de visitantes polêmicos, o presidente expressou o interesse em compreender melhor a possível resistência do ministro no Senado.
O convite para o jantar, interpretado como um gesto de manutenção da boa relação entre os Poderes, ocorreu um dia após o Senado aprovar uma PEC que limita o poder dos ministros do STF, restringindo decisões individuais. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner, teve voto favorável à proposta, gerando reações desconfortáveis entre os magistrados.
Apesar das declarações firmes de Barroso, Gilmar e Moraes contra a ofensiva do Senado, ministros nos bastidores expressaram insatisfação pela suposta falta de ação do governo para evitar a aprovação da medida, optando por uma postura neutra. Contudo, participantes do jantar enfatizam que a discussão da PEC não foi o ponto central da conversa, que transcorreu em clima amistoso.
(*) Com informações do Globo
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