Manaus, AM – O Ministério Público do Estado doA
mazonas (MPE-AM) instaurou, nesta sexta-feira (4/10), inquérito civil para investigar suspeita de envolvimento do governador do Amazonas, Wilson Lima, e o secretário-chefe da Casa Civil do Estado, Flávio Antony, na trama para manipular o resultado das eleições em Parintins e em Manaus.
O objetivo é apurar desvio de finalidade, abuso de poder, dano ao erário e improbidade administrativa dos agentes públicos envolvidos.
O documento, assinado pelo próprio Procurador-Geral de Justiça, Alberto Rodrigues do Nascimento Júnior, é mais um desdobramento do caso tornado público por vídeo vazado à imprensa, de reunião de secretários de Wilson Lima e oficiais da Polícia Militar.
No vídeo, os agentes públicos planejam ações de espionagem e intimidação de adversários, com uso das forças policiais. Em dado momento da reunião, dão a entender que a trama também está em curso em Manaus, sob a coordenação do governador. Na capital amazonense, Wilson Lima apoia Roberto Cidade.
Trama criminosa
No documento, Alberto Nascimento destaca o “desvirtuamento das atribuições do sistema de segurança e da Secretaria de Fazenda, a fim de intimidar, por meio da atuação de agentes de segurança e fiscalização tributária”, apoiadores de Mateus Assayag, principal adversário da candidata do governador à Prefeitura parintinense, Brena Dianná.
A investigação, informa a assessoria do MPE-AM, tem “caráter prioritário em razão da proximidade das eleições”. Conduzem a apuração, promotorias do Centro de Apoio Operacional de Proteção aos Direitos Constitucionais do Cidadão (CAO-PDC).
Cronologia
O vídeo da reunião dos então secretários de Wilson Lima, de Administração, Fabrício Barbosa; de Cultura, Marcos Apolo; e do ex-Diretor-presidente da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama), Armando do Valle, veio a público no último fim de semana.
Apesar da gravidade do caso, o governador não se manifestou por dias, até a juíza eleitoral da comarca de Parintins, Juliana Arraes, determinar, na última terça-feira, dia 1º/10, o afastamento do tenente-coronel PM Francisco Magno Judiss da Silva, do comando do batalhão da corporação em Parintins.
No dia seguinte, o governador exonerou os secretários e o presidente da Cosama, mas manteve o chefe da Casa Civil, Flávio Antony, agora, junto com o próprio Wilson Lima, alvo de investigação do MP. No dia seguinte às exonerações, 3/10, a Polícia Federal deflagrou a Operação Tupinambaranda Liberta, com busca e apreensão na residência dos exonerados.
(*) Com informações da Assessoria
Leia mais: