Brasília, DF – Uma reviravolta surpreendente marcou a sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, no dia 17 de agosto, quando aliados do presidente Jair Bolsonaro abandonaram a sala após o depoimento de Walter Delgatti, dizendo que o hacker “armou” contra Zambelli e Bolsonaro. O hacker, conhecido por ter acessado contas de autoridades em 2022, lançou uma acusação inusitada contra a deputada Carla Zambelli (PL-SP) e o ex-presidente da República, desencadeando uma onda de polêmicas e especulações.
No centro da controvérsia está a afirmação de que Bolsonaro teria sido vítima de uma “armação” por parte do hacker. Os aliados do ex-presidente alegam que foi Delgatti quem se aproximou de Zambelli com promessas de revelar sérias falhas no sistema da urna eletrônica, e não a deputada que o procurou, como disse o hacker no seu testemunho, essa suposta afirmação de que Delgatti tinha achado falha nas urnas o teria levado a Bolsonaro.
Fontes próximas à deputada Zambelli revelaram que Delgatti chegou a compartilhar o mesmo hotel que ela durante uma viagem pelo interior de São Paulo, com o aparente propósito de estabelecer uma conexão. Defensores de Bolsonaro também confirmaram que o hacker foi recebido no Palácio da Alvorada e, motivado pelas supostas descobertas de Delgatti sobre as urnas eletrônicas, foi encaminhado ao Ministério da Defesa.
Nos corredores da CPMI, parlamentares da oposição reconheceram que tanto Zambelli quanto Bolsonaro cometeram um equívoco ao depositar confiança em Delgatti, cujas ligações passadas com a esquerda foram amplamente discutidas. Ainda assim, muitos destacam que a situação atual parece sugerir que o hacker planejou meticulosamente uma narrativa para implicar o ex-presidente em uma suposta conspiração, alegando tentativa de golpe de estado.
(*) Com informações do Metrópoles
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