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Braga Netto pediu pessoalmente dispensa de licitação para compra de coletes balísticos

Então interventor na Segurança Pública do RJ, ex-ministro argumentou que coletes à prova de balas estavam para vencer, mas foi alertado de que deveria seguir preços de mercado

Braga Netto pediu pessoalmente dispensa de licitação para compra de coletes balísticos

Foto: Reprodução / YouTube

Rio de Janeiro, RJ – Ex-candidato à vice-presidência na chapa liderada por Jair Bolsonaro (PL) o ex-ministro e general da reserva Walter Braga Netto vive uma polêmica durante sua intervenção na gestão Michel Temer (MDB) no estado do Rio de Janeiro. Em particular, a compra de coletes à prova de balas sem licitação está sob intensa investigação, com suspeitas de conluio e superfaturamento.

Hoje, uma operação da Polícia Federal agitou o cenário político, resultando em buscas nos escritórios de integrantes do gabinete de Intervenção Federal no Rio. Importante notar que Braga Netto, que liderou esta unidade, não foi alvo direto da operação, mas teve seu sigilo telefônico quebrado.

Documentos que tivemos acesso detalham a tentativa do ex-interventor de obter autorização para a compra de mais de 8 mil coletes à prova de balas que estavam prestes a vencer. Segundo as autoridades, esta é a aquisição que gerou a operação de hoje.

Ao Tribunal de Contas da União (TCU), Braga Netto justificou a necessidade dessa compra, alegando que “a exemplo da necessidade pontual apresentada pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, [há a] de reposição de 8.571 (oito mil quinhentos e setenta e um) coletes balísticos, por término do prazo de validade, a partir de outubro de 2018. O uso desse material bélico é de importância vital para o agente de segurança pública em serviço, tendo em vista a grande quantidade de armamento pesado (fuzil), atualmente, utilizado por criminosos”.

Braga Netto também enfatizou a complexidade da aquisição desses equipamentos, destacando que são produtos controlados e de uso restrito às Forças Armadas e Policiais. Ele ressaltou que o processo envolve uma extensa habilitação e qualificação de fornecedores, bem como testes laboratoriais rigorosos para garantir a resistência balística.

No entanto, o TCU sublinhou que, embora a intervenção fosse uma situação excepcional, princípios fundamentais de economia e transparência deveriam ser mantidos. Além disso, o tribunal enfatizou a necessidade de realizar uma pesquisa de preços adequada, escolhendo sempre a opção mais vantajosa para o interesse público.

Após autoridades americanas alertarem o governo brasileiro sobre possíveis indícios de conluio entre o gabinete de Braga Netto na intervenção federal e a empresa selecionada para fornecer os coletes à prova de balas, o TCU reabriu a investigação, que permanece em andamento sob sigilo. O resultado do processo incluiu uma ordem para a devolução dos valores pagos à empresa investigada.

(*) Com Informações do g1

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