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Jornal anuncia nascimento de bebê com DNA de três pessoas

O resultado foi alcançado por meio da técnica de doação mitocondrial e só pode ser usado em mulheres que apresentam alto risco de transmitir doenças para o bebê

Jornal anuncia nascimento de bebê com DNA de três pessoas

Foto: Reprodução / Agência Brasil

Manaus, AM – O jornal britânico The Guardian noticiou o nascimento de um bebê no Reino Unido que possui DNA de três pessoas. Esse resultado foi alcançado por meio da técnica de doação mitocondrial, que utiliza tecido de óvulos de pessoas saudáveis para gerar embriões sem mutações genéticas, reduzindo a possibilidade de doenças incuráveis.

A técnica consiste em unir o material genético do óvulo da doadora com o espermatozoide e o óvulo dos pais biológicos. Desse modo, o bebê nasce com material genético de três pessoas, sendo que apenas 0,2% dos seus 20 mil genes vêm do tecido mitocondrial, os outros 99,8% vem dos pais biológicos do bebê.

O processo de fertilização envolve a utilização do esperma do pai para fertilizar os óvulos da mãe e da doadora. Em seguida, o material genético da doadora é retirado e substituído pelo material do óvulo do casal, que contém o DNA dos pais e as mitocôndrias saudáveis da doadora.

Essa técnica foi utilizada pela primeira vez com sucesso em 2016, no México, em uma mulher da Jordânia que havia sofrido quatro abortos e perdeu dois filhos. O objetivo da pesquisa é ajudar mulheres que possuem mutações mitocondriais, que podem levar a doenças incuráveis, a terem filhos saudáveis.

As mitocôndrias são organelas celulares responsáveis pela energia das células e sua mutação pode afetar o cérebro, coração, músculos e fígado, levando ao seu enfraquecimento enquanto a criança cresce. Em 2015, o parlamento britânico autorizou a realização desse procedimento e, dois anos depois, o Centro de Fertilidade de Newcastle se tornou o primeiro e único centro nacional autorizado a realizar o tratamento conhecido como MDT (tratamento de doação mitocondrial).

Cada procedimento de aplicação nos embriões precisa ser aprovado pela autoridade de saúde, fertilização e embriologia, HFEA, que já autorizou 30 deles até agora. Até abril deste ano, menos de cinco bebês nasceram por meio desse procedimento, de acordo com informações da Agência HFEA.

Para ser elegível para a terapia mitocondrial, as mulheres devem comprovar que têm um alto risco de transmitir uma doença mitocondrial grave para seus filhos, que é causada por mutações no DNA mitocondrial. Essas mutações podem levar a distúrbios graves e muitas vezes fatais, que afetam principalmente os sistemas nervoso, muscular e cardíaco.

(*) Com informações do Metrópoles

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