Brasil – Na semana do Dia Mundial da Água, é imprescindível refletir sobre os desafios enfrentados pelas comunidades ribeirinhas na Amazônia em relação ao acesso à água potável. Apesar da riqueza hídrica da região, muitos ribeirinhos lidam com a escassez e a contaminação da água, impactando diretamente sua qualidade de vida e saúde.
De acordo com dados do Instituto Trata Brasil, menos de 60% da população na região Norte tem acesso à água tratada; apenas 13% possui rede de esgoto. Essa situação é especialmente preocupante em áreas rurais e remotas, onde a infraestrutura é precária.
Os ribeirinhos, habitantes das margens dos rios na Amazônia, enfrentam diariamente o desafio de obter água potável. Apesar da proximidade com grandes bacias hidrográficas, como a do Rio Amazonas, a qualidade da água disponível muitas vezes não é adequada para consumo humano.
Para lidar com essa realidade, várias tecnologias sociais têm sido implementadas com sucesso nessas comunidades. O Instituto de Desenvolvimento Mamirauá, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, lidera projetos para melhorar o abastecimento de água nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá e Amanã, localizadas no estado do Amazonas, na região Norte do Brasil.
Essas iniciativas têm impactado positivamente a vida dos ribeirinhos, reduzindo o esforço no transporte de água e melhorando a saúde das famílias. A utilização da energia solar nesses sistemas não só contribui para a sustentabilidade ambiental, mas também para a autonomia energética das comunidades, reduzindo custos e promovendo um desenvolvimento mais sustentável.
No entanto, os desafios de financiamento e adaptação das tecnologias persistem, destacando a necessidade de mais investimentos e apoio político para ampliar essas soluções e garantir o acesso universal à água potável e ao saneamento básico, direitos fundamentais reconhecidos pela ONU.
O relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) enfatiza a importância desses investimentos, mostrando que cada dólar aplicado em água e saneamento gera uma economia de US$ 4,3 em custos de saúde. Assim, além de melhorar o bem-estar das comunidades, essas medidas têm um impacto significativo na saúde pública e na qualidade de vida de todos.
(*) Com informações da Amazônia Latitude
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