O prefeito David Almeida (Avante) declarou neste domingo (16) que é contra a concessão de pontos facultativos no serviço público municipal e confirmou que não haverá folga na próxima sexta-feira (21). A decisão, que afeta todos os servidores municipais, foi justificada com base nas crianças em situação de vulnerabilidade social que dependem da merenda escolar.
“Eu tenho 252 mil alunos, que muitos deles, [a merenda escolar] é a única refeição do dia. Eu não vou parar as minhas escolas para todo mundo passear e se divertir”, afirmou o prefeito durante coletiva de imprensa.
Merenda escolar como principal argumento
David Almeida fundamentou sua posição no argumento de que a decretação de ponto facultativo prejudica estudantes em situação de insegurança alimentar, que ficam sem a merenda escolar nos dias sem aula. A mesma lógica, segundo ele, se aplica a programas sociais como o “Prato do Povo”.
O prefeito também fez uma comparação com outros setores: “No Distrito Industrial todo mundo trabalha, no comércio todo mundo trabalha. E não é porque eu sou servidor público que eu paro na quinta, tenho que parar na sexta e só volto na segunda. Isso não pode acontecer”.
Mudança na política municipal
A declaração representa uma mudança significativa na política de gestão de pessoal do município. Tradicionalmente, a prefeitura decreta pontos facultativos em datas específicas, permitindo que servidores possam usufruir de finais de semana prolongados.
A decisão do prefeito ocorre em um contexto de tensão com servidores municipais, especialmente com a categoria dos professores, que recentemente entraram em greve contra a reforma da previdência. O cancelamento do ponto facultativo do dia 21, que seguiria o feriado de Dia da Consciência Negra (20), deve impactar o planejamento de milhares de servidores públicos municipais.
A medida já gera reações entre representantes dos servidores, que argumentam que os pontos facultativos são importantes para o descanso e o planejamento de atividades extraclasse, no caso dos professores, e para a recomposição da carga de trabalho em outras categorias.