Manaus, AM – Um casal em grave crise psicológica mobilizou as forças de segurança por horas na manhã deste sábado (6) após subir na marquise do terceiro andar do Hospital e Pronto-Socorro Dr. João Lúcio, na zona leste de Manaus, e ameaçar se jogar. A situação, inicialmente tratada como um possível caso de refém, foi resolvida após uma delicada negociação conduzida pela Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam) da Polícia Militar.
O alerta foi recebido pela polícia por volta das 5h da manhã. Ao chegarem ao local, os agentes da Rocam constataram que não se tratava de uma situação de refém, mas de um casal em evidente quadro de perturbação mental. A mulher era paciente da unidade de saúde, e o homem, seu acompanhante.
Negociação delicada e revelação de faca
O Capitão Faustino, comandante da operação, relatou à imprensa que o casal estava “visivelmente e mentalmente perturbado” e mantinha a ameaça de se jogar. Durante o diálogo, os policiais descobriram que o homem portava uma faca de pão, que foi posteriormente entregue às autoridades sem resistência.
Os dois alegaram que estavam sendo perseguidos e que parentes teriam levado uma organização criminosa a tentar matá-los, motivo pelo qual diziam querer cometer o ato extremo. “Eles falavam sobre problemas familiares muito graves e tinham um medo paranoico de perseguição”, explicou o capitão.
Desfecho com atendimento psicológico
Após uma conversa intensa e prolongada, que se estendeu pela manhã, os policiais conseguiram demover o casal da ideia de pular. Acalmados, o homem e a mulher desceram da marquise com assistência. Devido ao claro quadro de fragilidade psíquica, ambos foram imediatamente encaminhados para tratamento especializado dentro do próprio Hospital João Lúcio.
A atuação da Rocam foi elogiada por evitar uma tragédia e priorizar a abordagem psicológica em uma situação de alto risco. Casos como esse evidenciam a pressão sobre os serviços de saúde mental e a necessidade de suporte especializado, ainda mais quando crises agudas se manifestam em ambientes públicos e de grande tensão.
O hospital segue com suas atividades normais. A Polícia Militar registrou a ocorrência, mas, dada a natureza do caso, não há indicativos de medidas criminais contra o casal, que receberá o atendimento psicossocial necessário.
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