Manaus, AM – A escritora e produtora cultural Jackeline Monteiro, formada em Teatro pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), compartilhou, em recente entrevista ao programa Cenas da Vida Amazônica, suas experiências e desafios no universo artístico da Amazônia. Ela abordou, em primeiro lugar, a dificuldade de publicar livros, ressaltando que muitos artistas enfrentam barreiras financeiras e de informação. “É muito difícil na questão de recurso mesmo financeiro”, destacou, enquanto mencionava a necessidade de iniciativas como a Política Nacional de Apoio à Cultura (PNAB), que visam facilitar o acesso à cultura e à arte. Para Jackeline, essa desburocratização é fundamental, pois possibilita que artistas de diversas áreas, como teatro e literatura, se beneficiem de oportunidades.
Atuando no Coletivo Allegriah, que funciona há cerca de 13 anos, Jackeline enfatiza a importância de trabalhar na comunidade por meio de eventos socioculturais. O projeto Dia da Alegria, que em sua sétima edição reuniu mais de 30 artistas da região, exemplifica seu compromisso com a valorização da cultura local. “A própria comunidade nos dá um apoio muito grande”, comentou, referindo-se ao suporte que recebe dos vizinhos e parceiros, que se tornam fundamentais para a realização do evento. Entre as apresentações de teatro, dança e oficinas de artes, Jackeline critica a centralização da cultura, apontando que as atividades culturais tendem a se concentrar em áreas centrais, em vez de serem distribuídas igualmente por toda a cidade. Ela acredita que é essencial levar a arte para além dos centros culturais tradicionais, possibilitando que a comunidade tenha acesso a expressões artísticas diversas e enriquecedoras.
Além disso, Jackeline tem explorado o campo do audiovisual. Recentemente, ela participou da direção de arte do curta-metragem Ceifa, que percorreu locais emblemáticos da Amazônia, como as ruínas e cachoeiras. “Foi uma experiência incrível”, afirmou, ao destacar a sinergia com a equipe e a beleza estética do projeto. Sua vivência no curta Meu Nome é Máfia, Resiliência Negra, no qual escreveu o roteiro e atuou, reflete sua paixão pelo audiovisual e pela narrativa, fortalecendo sua presença nas artes.
Dessa forma, Jackeline Monteiro, além de enriquecer a cena cultural da Amazônia, também fomenta um espaço de colaboração e apoio mútuo entre os artistas. Com uma visão voltada para a inclusão e a democratização do acesso à arte, ela demonstra que, apesar dos desafios, é possível construir um ambiente criativo e transformador. “A tendência é que cada ano a gente consiga ser sempre melhor”, conclui, reafirmando seu compromisso com a arte e a cultura na região.
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