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Cultura

Grafismo Apurinã: Preservação cultural e empreendedorismo

Uma jornada de preservação cultural e empoderamento na comunidade Kairiku Apurinã, através das oficinas de grafismo em Manaus

Grafismo Apurinã: Preservação cultural e empreendedorismo

Roda de conversa. Foto: Miller dos Santos

Manaus, AM – A cultura é um farol que orienta a existência de um povo, sendo também um símbolo de resistência ancestral. Recentemente, a equipe do Portal Norte em Foco dirigiu-se à comunidade Kairiku Apurinã, localizada no bairro Mauazinho, zona Leste de Manaus, para acompanhar as atividades da oficina de grafismo Apurinã. A abordagem inicial dessas atividades foi marcada por rodas de conversa e escuta atenta, proporcionando a cada participante a oportunidade de compartilhar suas vivências em contexto urbano. Nos relatos, destacou-se a constante batalha pela preservação cultural e pelos direitos de cidadania, desafiando o apagamento cultural tão presente nesse ambiente.

Durante as oficinas

Encerramento da oficina de grafismo Apurinã. Foto: Miller dos Santos

Foto: Miller dos Santos

Alguns modelos de camisas produzidas nas oficinas. Foto: Miller dos Santos

Foto: Miller dos Santos

A comunidade demonstrou respeito aos seus anciãos, trazendo um deles para narrar a história do surgimento do grafismo Apurinã e seus significados, ressaltando também o contexto geográfico de cada grafismo. O ancião detalhou o processo e os materiais utilizados para criar os grafismos, enfatizando o uso de elementos naturais para as tinturas, cada um com significado enraizado em elementos sagrados, o que ilustra a riqueza da cultura do seu povo.

Jessica Apurinã, coordenadora do projeto, compartilhou a inspiração por trás do projeto e seu objetivo, destacando a importância de preservar a cultura através dos grafismos específicos da comunidade. Ela ressaltou que os grafismos não são meros desenhos, mas carregam consigo simbologia e significados profundos que devem ser mantidos.

Participantes como Francijane Apurinã relataram a experiência enriquecedora da oficina, superando desafios e aprendendo novas habilidades relacionadas à pintura dos grafismos.

Maria Ivone, liderança da comunidade, mencionou os desafios enfrentados pelas mulheres para adaptar materiais e sustentar as atividades da oficina, ressaltando a importância da união comunitária para superar tais obstáculos.

Jucy Apurinã enfatizou a importância do projeto na preservação cultural no meio urbano, mantendo a cultura viva para as futuras gerações.

Os participantes observaram que o projeto contribuiu para combater o apagamento cultural, abrindo caminho para novas atividades, oportunidades econômicas e empoderamento feminino. Destacou-se também a necessidade de superar a mentalidade colonizadora e preconceituosa, reconhecendo a sabedoria dos anciãos e a riqueza cultural.

Ao final do processo, as camisas produzidas nas oficinas foram levadas para uma feira para comercialização, com o apoio da Prefeitura de Manaus através do programa Manaus Faz Cultura e da Concultura.

No contexto do mês indígena de abril, é essencial refletir sobre nossas práticas, crenças e valorizar as práticas culturais, respeitando e admirando a sabedoria dos anciãos e a ancestralidade preservada pelos povos originários.

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