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Cultura

Cenas da vida de Guaracy Andrade

Guaracy Andrade fala sobre a literatura amazônica, a importância da leitura nas escolas e o papel do agente literário

Cenas da vida de Guaracy Andrade

Foto: Norte em Foco

Manaus, AM – Recentemente, o programa Cenas da Vida Amazônica recebeu o escritor e professor Guaracy Andrade, que compartilhou suas percepções sobre a literatura amazônica e os desafios da escrita. “Escrever muitas vezes não parece fácil, às vezes parece difícil, mas é uma atitude que realmente nos agrada”, destacou.

Nascido em Manaus, Guaracy revelou que a influência do seu irmão, também escritor, foi fundamental em sua trajetória. “No curso de Letras, entrei em contato com muitas pessoas que escreviam, e também com professores que me incentivaram bastante”, contou. Sua primeira publicação, Versos Urbanos, surgiu em 1996. Após um intervalo de anos, ele retornou à escrita com “Os Habitantes do Jardim de Inverno”, em 2018, afirmando: “Eu tinha muita coisa escrita e engavetada.”

Durante a entrevista, Guaracy enfatizou a importância de ser tanto escritor quanto professor. “Quando você é escritor e professor de Literatura, os alunos percebem que você precisa compartilhar isso”, disse ele, ressaltando que a crítica literária, por vezes fervorosa e com capacidade de destruir uma carreira, acabou sendo uma ferramenta de evolução. “As críticas que eu sofri só me deixaram mais evoluído, fizeram melhorar minha escrita.”

Guaracy também abordou a relação entre escritores e a literatura nas escolas. “É muito importante que os professores incentivem a leitura de autores amazonenses”, afirmou. Ele observou que, nas bibliotecas escolares, predominam obras de autores nacionalmente ou internacionalmente conhecidos, enquanto muitos escritores regionais permanecem desconhecidos. “Mesmo com um grande número de exemplares de um título, não dá espaço para todos serem divulgados.”

Ele sugeriu um mapeamento para conectar escritores e estudantes, afirmando que “escrever é possível”. Segundo ele, encontros literários nas escolas são essenciais para criar laços entre alunos e escritores, estimulando o gosto pela leitura. “A opinião das pessoas que leem seu poema é importantíssima, porque ela pode te dar uma grande motivação.”

Guaracy também destacou a relevância do papel do agente literário. “O agente organiza a obra e tem contato com as melhores editoras”, explicou. Ele alertou que as editoras podem priorizar o lucro, negligenciando as preferências dos escritores. “Se você deixa tudo ao encargo da editora, ela pode colocar a capa que quiser”, advertiu.

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