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Cultura

Cenas da vida de Evany Nascimento

Evany Nascimento compartilha sua trajetória artística, destacando a importância da arte e cultura na vida das pessoas

Cenas da vida de Evany Nascimento

Multiartista Evany Nascimento. Foto: Miller dos Santos

Manaus, AM – Cenas da Vida Amazônica é o novo podcast da Rede Norte em Foco, com o objetivo de promover e divulgar a rica cultura da região amazônica. Em seu episódio inaugural, a multiartista Evany Nascimento compartilhou suas experiências e perspectivas sobre sua trajetória artística, destacando a importância de valorizar a arte como um meio de vida, não apenas um passatempo.

A multiartista falou sobre sua extensa produção artística e seus projetos, enfatizando a visão de que a arte deve proporcionar ao artista a capacidade de viver de seu trabalho sem a necessidade de uma profissão adicional para garantir a subsistência. Ela se descreveu como uma “brincante”, alguém que experimenta diversas formas de expressão artística com prazer, incluindo poesia, ilustração, música e contação de histórias.

Na conversa, a Evany mencionou a influência de sua avó, que lhe ensinou a importância de ter um entendimento prático sobre o que se ensina. Revelou que, como professora de artes, experimenta as técnicas e processos antes de introduzi-los em sala de aula, garantindo que possa motivar seus alunos efetivamente.

Sobre suas obras, a multiartista destacou a evolução de sua escrita e ilustração ao longo dos anos. Começou a escrever poesia na adolescência, retomando-a como uma prática diária durante a pandemia. Destacou também o livro “Manaus em Poesias” e seu trabalho com livros em formato de folder, como uma solução acessível para abordar questões como a crise climática.

A convidada expressou seu desejo de ver mais projetos poéticos relacionados aos bairros de Manaus e cidades do Amazonas, como “Manacapuru em Poesia” e “Codajás em Poesia”. Vê esses projetos como uma forma de estimular o conhecimento da história local e a valorização da cultura.

Sobre incentivos à produção artística, a multiartista sublinhou a importância do apoio inicial em casa e a necessidade de estímulo contínuo por parte dos professores. Enfatizou que, mesmo com recursos próprios, a materialização de produções artísticas requer apoio e oportunidades adequadas para divulgação e distribuição.

Ela também falou sobre a necessidade de uma editora popular para apoiar escritores iniciantes e projetos escolares. Sugeriu que um sistema de produção e escoamento, com eventos e espaços dedicados à divulgação, seria crucial para ajudar artistas independentes.

A multiartista destacou a importância de incentivar o fazer artístico desde a escola, mencionando que a formação de professores deve incluir a promoção de atividades criativas e a valorização das histórias e culturas locais. Acredita que isso pode ajudar a criar uma sociedade orgulhosa de sua cultura e ancestralidade.

Em relação à literatura ambiental, a convidada comentou sobre histórias escritas com base em relatos de moradores e sobre como a literatura pode refletir e abordar questões ambientais do cotidiano.

Ela também compartilhou sua experiência com o voluntariado na Biblioteca Vilma Palheta, onde realiza atividades de contação de histórias e oficinas de poesia, buscando tornar a poesia acessível a todos.

A convidada falou sobre seus livros autorais, incluindo “Respiro”, que surgiu durante a pandemia como uma coletânea de poesias diárias. Também mencionou a segunda edição de “Manaus em Poesias”, que agora inclui mais recursos visuais para engajar novas gerações e estimular o interesse pela história da cidade.

Evany Nascimento abordou a importância de valorizar o que é produzido na região. Segundo ela, “A gente precisa se orgulhar de quem nós somos, do lugar onde nós nascemos, das histórias que nós temos. E eu penso que a arte, a literatura, ela tem uma função social nesse sentido muito grande. Na questão da literatura, da escrita, a gente se orgulhar da nossa cor, da nossa sonoridade, das nossas palavras, de como a gente se expressa. Isso precisa estar registrado porque a língua vai modificando de uma forma muito rápida. A escrita vai, de alguma forma, marcar essa memória, marcar essa temporalidade e permitir que a gente construa ali essas histórias para que elas não sejam esquecidas.”

Evany Nascimento é professora na Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e serve como mentora para muitos jovens, sendo vista como um exemplo de determinação. Criada por uma mãe solo e enfrentando dificuldades, ela sempre acreditou na educação e na arte como meios de alcançar melhores possibilidades. Sua mãe a sonhou para ir além das limitações impostas pela vida. Reconhecida como multiartista, Evany foi cantora da Banda Paixão, é escritora, poetisa, e realiza grafismos, entre outras atividades artísticas. Manauara e amazônida, suas cenas de vida ainda estão sendo construídas, pois há muitas paragens por percorrer.

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