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Aviões, bombardeio, fumaça, terror, pânico! O dia 11 de setembro marca um dos momentos mais terríveis, um dos atos terroristas mais marcantes da história: o bombardeio do Palácio La Moneda, em 1973, no Chile. Os terroristas, é claro, foram os de sempre: o governo dos Estados Unidos da América, derrubando mais um governo legitimamente eleito para alçar ao poder, como diria Caetano Veloso, um “ridículo tirano”!
Salvador Allende contrariou os interesses do governo dos EUA e da grande burguesia chilena e, por isso, foi assassinado. Em seu lugar, o cruel torturador, assassino e entreposto dos estadunidenses, Augusto Pinochet, toma o poder e dá início a um dos períodos mais sanguinários da história do Chile. Neste mesmo período histórico, diversas ditaduras, tão cruéis e sanguinárias como a chilena, se instalam nas Américas e em outras partes do mundo, sob o comando dos ditadores de sempre, alcunhados, ironicamente, de “a maior democracia do mundo”.
Um dos episódios mais conhecidos da barbárie perpetrada pelo sanguinário Pinochet ocorreu no Estádio Nacional de Santiago, onde mais de 20 mil pessoas foram presas e barbaramente torturadas, muitas até a morte. Os sobreviventes, mesmo correndo risco de morte, denunciaram publicamente o episódio.
Um dos assassinados foi o cantor e compositor Victor Jara, um dos mais importantes da história do Chile, precursor do movimento Nueva Canción Chilena. Jara foi assassinado a tiros, em 16 de setembro, e circulou, durante muito tempo, um boato de que suas mãos haviam sido decepadas pelos torturadores, que o obrigaram a tocar violão para eles. A exumação de seu cadáver, entretanto, mostrou que elas não foram decepadas, mas esmagadas por coronhadas dos fuzis dos militares.
O desgraçado e covarde mandante da barbárie contra Victor Jara somente foi punido dias atrás. Hernán Chacon foi condenado pelo sequestro e assassinato de Jara, mas sua covardia o levou ao suicídio, no dia 29 de agosto passado, antes de cumprir sua pena.
Dentre outras coisas, Jara cantou, em “Vientos de Pueblo”:
“de nuevoquieren manchar mi tierracon sangue obrera/ Los que hablan de libertad/ Y tienenlas manos negras/ Los que quieren dividir/ a la madre de sus hijos/ y quieren reconstruir/ la cruz que arrastrara Cristo…”
E neste 11 de setembro, grito: Salve Victor Jara! Salve Salvador Allende! Salve o Chile!
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