O Brasil é um país no qual as siglas da maioria dos partidos não correspondem às práticas políticas de seus principais agentes públicos. Um dos exemplos desse paradoxo é o vice-presidente Geraldo Alckmin, implantado no Partido Socialista Brasileiro (PSB), devido à recusa de seu antigo partido, o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), em aliar-se ao PT na disputa presidencial. Alckmin, um ex-tucano, tampouco era um social-democrata, nem mesmo seu antigo partido, apesar do nome. O PSDB é um partido, na verdade, neoliberal. Assim, Alckmin, que já provou, muitas vezes, como político, sobretudo à frente do governo de São Paulo, sua vinculação com os ideias neoliberais, nada tem de socialista. Tampouco o PSB, apesar do nome.

Outro exemplo dessa incoerência é a deputada federal Tabata Amaral, filiada ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), que deve fazer uma das mais importantes referências históricas do trabalhismo, o saudoso Leonel Brizola, revirar-se no túmulo. Tábata, na verdade, é, ideologicamente, neoliberal, sendo a queridinha do garoto-propaganda do neoliberalismo brasileiro, Luciano Hulk, estando mais à direita que Geraldo Alckmin. Seguindo com as contradições partidárias, o Progressistas é reacionário, o Partido Novo é retrógrado e o Partido Liberal (PL) tornou-se um partido de extrema-direita, que alberga nazifascistas, milicianos, golpistas e uma série de criminosos contumazes.

Um dos políticos mais conhecidos deste partido é o deputado federal Nikolas Ferreira (MG), mais conhecido pela alcunha de Chupetinha, apelido consagrado pelo comunicador Felipe Neto, em referência à sua personalidade imatura. Imaturidade, inclusive, é o de menos. Chupetinha é um destes tantos criminosos contumazes abrigados pelo PL. Seu crime favorito é a transfobia, praticada, certa vez, numa escola, em que, covardemente expôs uma criança transsexual em suas redes sociais, gerando uma onda de ódio entre seus seguidores. Por transfobia contra a deputada federal Duda Salabert (PDT-MG), foi condenado a pagar 80 mil neste ano. Também por transfobia quase foi cassado, quando vomitou impropérios transfóbicos em discurso na Câmara dos Deputados, utilizando uma peruca e afirmando estar interpretando Nikole, outro apelido que, após a ridícula performance, se consagrou. Acumulam-se, após o fato, cinco notícias crime no Supremo Tribunal Federal. Não bastando tudo isso, a Procuradoria Geral da República (PGR) manifestou-se favorável à abertura de inquérito para apurar crime contra a honra do Presidente Lula, em discurso na ONU em novembro de 2023.

Pois com toda essa ficha corrida, o Partido Liberal indicou seu nome para a Presidência da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. Obviamente, nem mesmo seus colegas de partido esperam grande atuação do Chupetinha neste posto e é exatamente essa a estratégia do PL: inviabilizar a comissão.

Nada mais apropriado que o apelido Chupetinha para retratar a fixação na fase oral de Nikolas e seus colegas, homens brancos, cis, imaturos e manipuladores, meninos birrentos capazes das atitudes mais sórdidas para conseguir o que querem, criminosos, transfóbicos, envolvidos com milícias, com rachadinha e toda uma série de qualidades que denotam sua total inadequação para, sequer, representarem dignamente seus eleitores.

Chupetinha é a cara dessa escória bolsonarista que degradou ainda mais as relações sociais, na família, no local de trabalho, na escola e em outros espaços, em todo o Brasil. Como educador, assim como a maioria das professoras e professores do Brasil, estou enojado com essa chacota da extrema-direita. Assim como boa parte destes educadores, não tive minhas convicções ou disposição para a luta abaladas. Nikolas Ferreira, na Comissão de Educação, a depender de nós, que lutamos há décadas neste campo, não terá um minuto de paz!

Fogo nos fascistas, racistas e transfóbicos! Fora Chupetinha!

(*) As opiniões apresentadas neste artigo são de responsabilidade exclusiva do colunista!

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