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Welton Oda

A saga do PSOL em Manaus

PSOL enfrenta críticas internas após rebaixamento político em 2024, questionando conciliações e planejando mudanças para 2026

A saga do PSOL em Manaus

Foto: Reprodução

Foi aos 45 minutos do segundo tempo, num descuido da defesa, que saiu esse gol contra. Vasconcelos, nosso famoso “Vasco” flamenguista, já havia nos alertado sobre essa jogada ensaiada dos adversários. Só que o jogo estava tão tranquilo, a vitória parecia tão certa, que a zaga vacilou na marcação e tomou essa bola pelo meio da grande área.

Na entrevista, na beira do gramado, Vasco chamou a atuação do time do PSOL no campeonato de 2024 de erro histórico, no que esse zagueiro que vos fala, o beque central que tomou a bola por trás, concorda plenamente. Não houve fair play. O time adversário aproveitou-se do vacilo da defesa e colocou a bola rapidamente em jogo, na cobrança de falta, chutando direto para o gol desguarnecido. A lateral esquerda, Evany, e a Lari, centroavante, ainda puxaram alguns ataques perigosos, mas não conseguiram evitar a derrota.

No próximo campeonato, a meta do time do PSOL é restabelecer o espírito esportivo, a solidariedade de classes, o futebol jogado no campo, sem acordos de bastidores, aquele jogo que trata o adversário com respeito, sem bicuda, sem canelada, sem cera e catimba. Em muitas cidades e estados, o PSOL anda batendo um bolão. Em Manaus, precisamos acreditar mais no potencial de nossos atletas, sem contratações de jogadores de fora, sem ficar indo atrás de reforços. Temos comissão técnica e jogadores da maior qualidade. Se jogamos mal, é porque falta ajeitar a casa. As contas estão em dia, mas a equipe da construção partidária tirou férias coletivas.

Agora o PSOL foi rebaixado. Vai jogar pela segunda divisão em 2024. Há grandes chances de voltar à elite do futebol em 2026, mas, para isso, precisa de alguns ajustes técnicos. Um deles é evitar a conciliação de classes a qualquer preço. Afinal, foi essa jogada antiga no campeonato da política nacional que, em 2016, foi decisiva para a eliminação do PT no meio do jogo, no início do segundo tempo, quando o técnico combinou com o juiz e a Confederação, com Supremo e com tudo, a substituição da craque do time por um jogador suspeito, que passou a fazer gols contra, derrotando o próprio time.

PSOL sem socialismo, com conciliação de classes, é como o Barcelona sem toque de bola. Dá para dialogar, bater uma bola, falar em aliança programática com algumas das equipes que jogam mais pela esquerda? Diálogo é sempre fundamental, claro. Só não dá para iniciar diálogo aos 45 minutos do segundo tempo. Dá para dialogar com as grandes equipes, aquelas que subornam os árbitros, que mudam as regras do campeonato para se beneficiar? Não! Está lá no Estatuto do PSOL! Nem em Manaus, nem no interior! Ser PSOL é combater as equipes que jogam pela direita do campo.

Rebaixamento é indigesto, desanima, desorganiza, mas, parafraseando o hino do Flamengo (e homenageando o companheiro Vasco): “Uma vez PSOL, sempre PSOL!”. Que 2024 seja o ponto de virada do partido! Como diria Fidel Castro, técnico pentacampeão na luta anti-imperialista: “Socialismo ou morte!” Em outras palavras e no contexto da emergência climática, é inegável que, se o modo de produção capitalista não for, rapidamente, derrotado, morreremos todos cozidos!

Se é para morrer cozido, prefiro morrer lutando!

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