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Combater o racismo não é mi-mi-mi

Não é “mi-mi-mi” de novembro, como alguns consideram, é peleja por uma sociedade melhor e mais justa para o futuro

Combater o racismo não é mi-mi-mi

Foto: IA Canva

O desafio lançado na semana passada foi em cada artigo do mês de novembro, sugerir um assunto para que os professores possam trabalhar com a temática da Consciência Negra.

Fiz uma pesquisa rápida com alguns jovens, entre 12 e 19 anos. Perguntei qual era a maior curiosidade deles em relação ao tema. A maioria respondeu: a origem do racismo no Brasil. Logo, essa será nossa sugestão de proposta de autoaprendizagem sobre a história e cultura negra em nosso país.

A nascente do racismo, com as nuances que conhecemos na atualidade, se forma na vinda dos europeus para os continentes América e África, com a finalidade de exploração de recursos e riquezas naturais.

A partir desse momento da história da humanidade e por causa do contato com povos diferentes, os filósofos naturalistas europeus passaram a estudar as novas “raças”, emprestando esse termo da biologia, a fim de classificar a diversidade que estavam conhecendo.

Os colonizadores classificaram os costumes, culturas e até a genética dos povos nativos como inferiores. Eram vistos de forma intelectual e fisicamente animalizada. A raça considerada humana, inteligente e ideal era a deles.

Teóricos iluministas brasileiros, em concordância com essas ideias, trouxeram esses conceitos eugenistas para o Brasil. A eugenia visa o melhoramento da raça, defendendo a ideia de que existe uma hierarquia racial, em que as raças diferentes da branca ocidental, têm o físico, o moral, o intelecto, estético, linguístico e religioso inadequados, degenerados, inferiores, fora do padrão.

A que está no topo hierárquico é a raça ariana, certa e adequada com a imagem e semelhança sagrada.

O período de 300 anos de escravização dos povos africanos no Brasil e a sustentação e manutenção desse sentido de inferioridade das pessoas negras por parte da classe detentora do poder econômico moldaram o pensamento coletivo do povo brasileiro.

Esses são os pontos-chave da origem do racismo no Brasil.

A elite econômica tem armas, ferramentas e dinheiro para manter esse imaginário, a fim de garantir sua hegemonia e não perder seus privilégios.

O brasileiro classes A e B acha um absurdo ver os pretos nos mesmos lugares de poder que ocupam. Por puro preconceito.

O momento atual é considerado, por nós do movimento negro, como de destruição e reconstrução desta concepção, principalmente através da educação.

Por isso, a proposta do desafio foi lançada aos educadores. Não é “mi-mi-mi” de novembro, como alguns consideram, é peleja por uma sociedade melhor e mais justa para o futuro.

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