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Estélio Munduruku

A PRE COP30 INDÍGENA: “A RESPOSTA SOMOS NÓS”

Povos indígenas e comunidades tradicionais reforçam protagonismo climático na PRE COP30, em Manaus, e projetam participação ativa rumo à COP30

A PRE COP30 INDÍGENA: “A RESPOSTA SOMOS NÓS”

Foto: Edivaldo Munduruku

A PRE COP30 indígena, conhecida como COParente, é um seminário preparatório que busca garantir maior participação dos povos indígenas e das comunidades tradicionais na COP30, marcada para setembro de 2025, em Belém do Pará. O encontro reuniu lideranças em Manaus, nos dias 19 e 20 de setembro, no Xare do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), para discutir demandas e definir pautas prioritárias sobre mudanças climáticas.
Organizado pelo Ministério dos Povos Indígenas (MPI), o evento contou com apoio da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), da União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (UMIAB), da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), da Articulação das Organizações e Povos Indígenas do Amazonas (APIAM) e das 17 organizações regionais que compõem sua base no Amazonas. A presença dessas entidades reforça a construção coletiva em defesa do território e do clima.
A COP30, sediada no Brasil, sobretudo no Pará, representa uma oportunidade histórica para que povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas façam suas vozes ecoar em escala global. Desde a primeira edição, em Berlim (1995), as conferências reuniram anualmente os países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), mas quase sempre sem a participação desses grupos, enquanto os espaços eram dominados por chefes de Estado, empresários e grandes ONGs.
Essa ausência, no entanto, contrasta com a realidade: são justamente os povos indígenas e as comunidades tradicionais que vivenciam de forma mais intensa os efeitos da crise climática. Nos centros urbanos, onde o poder público ainda oferece alguma assistência, a população sente os impactos. Já nas áreas rurais e florestais, o quadro é dramático: falta água potável, as plantações não resistem a estiagens prolongadas, como as de 2023 e 2024, e a vulnerabilidade cresce diante da omissão governamental.
É por isso que a presença dos povos indígenas e das comunidades tradicionais nas mesas de negociação climática é indispensável. São eles os principais defensores da Amazônia, guardiões da floresta há séculos. A campanha lançada para a COP30, “A resposta somos nós”, sintetiza o grito de justiça climática desses povos e reafirma que não há floresta em pé sem a vida protegida de quem a cuida diariamente.

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