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Rio Madeira tem baixa histórica devido à seca; municípios do Amazonas decretam estado de emergência

Dos 62 municípios amazonenses, 59 sofrem com a seca

Rio Madeira tem baixa histórica devido à seca; municípios do Amazonas decretam estado de emergência

Foto: Divulgação / Defesa Civil-AM

Manaus, AM – Na região do Alto Solimões, no Amazonas, uma crise silenciosa está se desenrolando à medida que os barcos que abastecem o comércio local não conseguem mais alcançar sua destino. Benjamin Constant, uma cidade afetada, é apenas uma das 13 cidades amazonenses que declararam situação de emergência devido à estiagem extrema deste ano na vasta bacia amazônica.

O Rio Javari, um afluente importante do Rio Solimões, diminuiu drasticamente de nível, tornando as embarcações de carga inoperáveis. Como resultado, a solução tem sido recorrer a embarcações de menor porte, chamadas de “canoões”, para transportar produtos, aumentando os custos e afetando o abastecimento local.

Além disso, a seca tem um impacto mais amplo. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) revelam que, somente de 1º a 19 de setembro, o Amazonas registrou 5.186 focos de incêndio. Isso representa um aumento de 73% em relação à média histórica para o período, que é de 3.003 focos. Embora haja expectativas de que os números diminuam nas próximas semanas devido às chuvas que começaram a chegar gradualmente, o alerta permanece ligado.

Em outra parte da região amazônica, Porto Velho, a capital de Rondônia, está enfrentando sua própria crise hídrica. O Rio Madeira, que abriga importantes megahidrelétricas, atingiu a cota mais baixa já registrada, apenas 1,44 metro, em 21 de setembro. Isso representa o menor nível desde que o monitoramento do rio começou. A última vez que o rio estava nesse nível foi em 2022, também com 1,44 metro, e antes disso, em 2005, com uma mínima de 1,63 metro.

Especialistas apontam que essa estiagem intensificada é resultado do aquecimento das águas do Atlântico Tropical Norte e do Pacífico Equatorial, influenciado pelo atual fenômeno El Niño. Essa combinação tem inibido a formação de nuvens, resultando na redução das chuvas na região amazônica.

Aumentando a preocupação, as secas na Amazônia têm ocorrido com mais frequência e intensidade nos últimos anos, um fenômeno amplamente atribuído à crise climática. O pesquisador Renato Senna, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), enfatiza que a região não está preparada para enfrentar esses períodos secos, destacando que as comunidades locais têm se adaptado melhor às enchentes do que às secas.

Além dos impactos locais, a seca severa na Amazônia também pode afetar o abastecimento de produtos em todo o Brasil. A navegação no Rio Amazonas já foi prejudicada, e a capacidade de transporte pode cair em até 50% até outubro, o que pode influenciar as vendas no comércio durante o período da Black Friday, prevista para novembro.

(*) Com Informações do climainfo

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