Manaus, AM – Segundo dados divulgados pelo Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas (Sindarma), grupos de piratas fluviais já roubaram aproximadamente R$ 7 milhões em combustíveis e derivados de petróleo de embarcações que transitam pelos rios do estado nos primeiros seis meses deste ano.
O levantamento realizado pelo sindicato revela a gravidade da situação e ressalta que a adoção de escoltas de segurança privadas pelas transportadoras tem sido essencial para mitigar os prejuízos e garantir a continuidade das operações. Sem a proteção adequada, o montante roubado poderia ser ainda maior.
Galdino Alencar, presidente do Sindarma, alerta que os ataques ocorrem diariamente em diferentes regiões do estado e que a situação é preocupante. “Todos os dias recebemos relatos de tentativas que são evitadas por conta da escolta. A situação é alarmante e ainda nem estamos na época mais crítica do ano, quando os rios estão mais secos e a navegabilidade fica prejudicada em vários trechos, o que facilita a ação dos piratas”, disse.
O valor de R$ 7 milhões corresponde apenas aos derivados de petróleo roubados pelas quadrilhas, não incluindo os assaltos a comboios que transportam eletrônicos produzidos no Polo Industrial de Manaus, alimentos, outros produtos e até mesmo agressões contra os tripulantes das embarcações.
O Sindarma destaca que, em 2022, os prejuízos causados pelas ações dos piratas fluviais atingiram a marca de R$ 35 milhões. Diante desse cenário alarmante, o sindicato defende a criação da Polícia Hidroviária Federal como medida emergencial.
“Ao longo dos anos abraçamos este projeto de implantação desta força pública de segurança que possa estar presente de forma permanente nos rios, ou pelo menos nas principais rotas fluviais do estado, com bases fixas, estrutura de investigação e serviço de inteligência”, disse.
Além das escoltas de segurança, as empresas de navegação têm investido recursos significativos para manter o abastecimento regular dos municípios do interior do estado. Isso inclui o monitoramento via satélite das embarcações durante 24 horas por dia, ao longo de todo o trajeto. No entanto, mesmo com esses esforços, os piratas continuam agindo livremente, representando uma ameaça não apenas para os transportes de carga, mas também para os barcos de passageiros e os ribeirinhos.
A situação exige uma resposta enérgica das autoridades competentes, a fim de garantir a segurança e a integridade das atividades fluviais no Amazonas e proteger a economia local. Medidas como a criação da Polícia Hidroviária Federal e o fortalecimento das ações de combate ao crime organizado nas vias fluviais são urgentes e necessárias para enfrentar esse desafio crescente.
(*) Com informações do g1